(…) o consórcio liderado pela Invepar ganhou a licitação do Aeroporto de Guarulhos com uma oferta de R$ 16,2 bilhões
Presidente da EPL defende taxas de retorno dos projetos do governo, e diz que não são baixas considerando financiamento do BNDES
O presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, defendeu na quarta-feira, durante o evento Financiamento para o Desenvolvimento, as Taxas Internas de Retorno (TIR) dos projetos do governo. “A remuneração não é baixa, considerando as condições de financiamento oferecidas pelo BNDES.” Segundo ele, a remuneração de capital próprio fica entre 8% e 9%.
Para as próximas concessões de rodovias federais, a BR-040 e a BR-116, por exemplo, o governo considera em seus estudos taxas de retorno de 5,5%. Nas primeiras concessões, nos anos 90, elas giravam em torno de 20%.
Segundo Cristina Schulman, chefe de Mercado de Capitais da área de Dívida do Santander, a queda recente nas taxas de juros dá aos investidores mais “flexibilidade” para aceitarem taxas de remuneração menores, mas advertiu que isso tem um limite. “É um desafio para os fundos de pensão atingirem suas metas atuariais, que estão acima do que se consegue no mercado hoje.”
O presidente da Invepar, Gustavo Nunes Rocha, afirmou que não levou em conta a TIR estimada do governo, por exemplo, no leilão dos aeroportos – o consórcio liderado pela Invepar ganhou a licitação do Aeroporto de Guarulhos com uma oferta de R$ 16,2 bilhões, o que representou um ágio de 373,5% sobre o lance mínimo definido pelo governo. Os estudos do governo apontavam uma TIR de 6,46%. “Cada projeto tem sua individualidade. Olhamos os riscos, a sinergia com nossos outros negócios, sua ligação com o posicionamento no longo prazo”, disse o executivo, que reafirmou ter certeza de que a oferta feita foi um bom negócio.