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Polêmico, gás de xisto terá leilão no Brasil em outubro

A descoberta de grandes reservas nos EUA levou a uma queda significativa no preço do insumo, atraindo a instalação de novas indústrias.

 

Enquanto no Brasil o preço do gás convencional gira em torno de US$ 12 o milhão de BTU (medida britânica de energia), nos EUA ele custa em torno de U$ 3.

 

RISCOS

 

Empresas como Petra, OGX , HRT, Orteng, Cemig e Petrobras avaliam oportunidades na produção do gás não convencional.

 

O secretário de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida, diz que a técnica de fraturamento não é nova na indústria de petróleo. “Teremos algumas exigências adicionais [em relação aos leilões habituais], como fraturamento com poço revestido, cimentação mais adequada e projeto aprovado pela ANP.”

 

Ambientalistas afirmam que a técnica de fraturamento do subsolo amplia os riscos de contaminação do lençol freático e de explosão por vazamento de metano. Possíveis terremotos também são apontados como danos relacionados à exploração.

 

Segundo Luis Antonio Menzes da Silva, da Villemor Amaral Advogados, esse tipo de exploração gera milhares de ações judiciais nos EUA e no Canadá. No Brasil não deverá ser diferente. “A atividade tem especificidades próprias e não se pode apenas reproduzir o que é feito nas licitações de petróleo e gás.”

 

A polêmica sobre o gás de xisto chegou a Hollywood. Em dezembro, estreou nos EUA “Promised Land” (“Terra Prometida”), no qual o ator Matt Damon interpreta um executivo de uma produtora do gás que tem sua atuação questionada quando o rebanho de uma cidade começa a morrer após beber água possivelmente contaminada.

 

O filme segue a linha do documentário “Gasland”, de 2011, que mostra um morador “incendiando” a água da torneira com um fósforo.

 

Para o ex-deputado federal Fabio Feldmann (PV) a falta de debate é o maior problema para a realização do leilão já neste ano. “Não existe nada específico sendo estudado pelo Ibama, Ministério do Meio Ambiente ou ANA (Agência Nacional de Água).”

 

O Ministério do Meio Ambiente confirmou que não está envolvido no assunto.

 

Segundo a ANP, o leilão seguirá o mesmo trâmite dos demais, com as áreas “previamente analisadas quanto à sensibilidade ambiental pelo Ibama e pelos órgãos estaduais competentes”.

 

Para o presidente do conselho de administração da consultoria Gas Energy, Marco Tavares, os riscos ambientais do gás não convencional já foram equacionados.

 

No leilão de outubro serão oferecidos blocos nas bacias do Paraná, Parecis, Parnaíba, Recôncavo, Acre e São Francisco.

 

Por: DENISE LUNA
(Fonte: FOlha SP)

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