Segundo a prefeitura, corte foi para controlar gastos. No setor da saúde, exames e remédios também estão suspensos.
Há uma semana, estudantes de escolas municipais e das cinco creches de Bernardino de Campos (SP) estão sem pão na merenda. O item, que era fornecido diariamente, foi suspenso porque, segundo a prefeitura, a renovação do contrato no fim do mandato deixaria as contas públicas negativas.
A situação preocupa pais como a ajudante de costura Alessandra Zanette. Ela tem um filho matriculado em uma unidade de educação municipal. A mãe afirma que a situação preocupa porque muitas famílias pobres contam com a alimentação que os filhos fazem na escola. “Algumas mães não têm condições de dar um café da manhã aos filhos. Eles chegam com fome sabendo que terão o café da manhã na creche. Eles já estão até acostumados a chegar e pedir o pão”, comenta.
De acordo com a diretora dos núcleos de educação infantil da cidade, Eliana Pedreira Dagola, o problema já foi resolvido por iniciativa das merendeiras e da comunidade. Em uma das escolas, funcionários fazem o pão caseiro. “Temos farinha nas unidades, então está sendo feito o pão para substituir o tradicional pão francês”, afirma.
Ainda segundo a diretora, outras unidades estão sendo ajudadas pela comunidade. “Temos casos em que a sociedade se mobilizou e as creches estão recendo doações de pães”, comenta.
O prefeito da cidade, Moacir Beneti, admite o corte. Segundo ele, no caso dos pães das crianças, o motivo do corte é o contrato de licitação que teria se esgotado. Para economizar, um novo contrato não foi assinado com o fornecedor. Ele afirma que esta foi a única alternativa encontrada para tentar entregar as contas em dia ao próximo gestor de Bernardino de Campos. “Estamos tentando fechar o ano de 2012 ‘no azul’. Quando a gestão é fechada como contas ‘no vermelho’, o prefeito é processado criminalmente. A gente não que chegar a este ponto”, diz.