Levantamento de A Gazeta, com base em dados do portal Geo Obras, apontou que 72 obras foram iniciadas pelo governo do estado, mas não foram concluídas. Entre as municipais estão 243 obras.
A paralisação de obras públicas no Espírito Santo soma R$ 1,6 bilhão em prejuízos ao estado e aos municípios. Um levantamento do jornal A Gazeta, com base em dados do portal Geo Obras, do Tribunal de Contas, apontou que 72 obras foram iniciadas pelo governo do estado, mas não foram concluídas.
Uma das obras é o estádio Kléber Andrade, que fica em Cariacica. Ele foi inaugurado há pouco mais de dois anos e desde então já foi palco de jogos importantes, como jogos do Flamengo e de times locais, e também do show de Paul McCartney, mas ainda não foi concluído.
Ainda falta o placar eletrônico, o acabamento e uma escada rolante que dê acesso aos vestiários. “Falta a acessibilidade aos vestiários, resolver problemas nas cabines de imprensa, problemas nos banheiros. Isso já está levantado e pretendemos licitar ainda esse ano para começar 2018 resolvendo esses problemas e deixar o Kléber Andrade, do ponto de vista do esporte, totalmente pronto”, disse o secretário estadual de Obras Públicas, Paulo Ruy Carnelli.
Uma outra “novela” é a obra do Cais das Artes, que deveria estar pronto há cinco anos. A previsão do governo é retomar os serviços em dezembro e terminá-lo em 2019.
O secretário não concorda com o levantamento de A Gazeta e, segundo ele, apenas 20 obras do estado estão paralisadas. “Tínhamos 80 obras paralisadas em janeiro de 2015, sendo que 60 dessas já foram concluídas ou estão em andamento e 20 estão paralisadas. O site Geo Obras, do Tribunal de Contas, é muito importante e é usado para o Tribunal fiscalizar o andamento dos contratos públicos. Então pode ser que de fato tenham 70 contratos paralisados, de serviços, de consultoria e de obras”, explicou.
Obras municipais
O levantamento do jornal A Gazeta aponta ainda que há 243 obras iniciadas pelas prefeituras que também estão paradas no Espírito Santo.
São casos como o do centro esportivo de Goiabeiras, em Vitória. O terreno chegou a ser escolhido, mas quase dez anos se passaram e a obra nunca saiu. Um matagal já encobre a fundação da obra, que está enferrujando cada vez mais, conforme o passar dos anos.
Do orçamento de R$ 15 milhões já foram usados R$ 10 milhões e a prefeitura ainda não construiu a pista de skate, o parquinho infantil, a pista de caminhada e o estacionamento. Apenas um campo de futebol foi construído.
“Faz falta, pois vamos ter mais segurança com esse centro esportivo, já que onde tem movimento tem menos crimes. Vamos ter crianças brincando, pessoas caminhando, vai ter muito mais movimento”, acredita a funcionária pública Elza Costa, que é moradora do bairro.
A Prefeitura de Vitória foi procurada e informou que pretende lançar a licitação para a obra do centro esportivo de Goiabeiras no segundo semestre deste ano.
Já em Vila Velha, a obra do Pronto-Atendimento (PA) da Barra do Jucu parece um prédio fantasma. A unidade deveria atender a 28 bairros da região, mas a construção ficou parada e hoje é alvo de vândalos e criminosos.
“Já foram roubadas janelas, transformador elétrico, fios de cobre, vários materiais”, contou o morador Adir Barbosa.
O teto já está com infiltração. Para o aposentado José Fernandes, quando a prefeitura retomar a obra, vai ter que fazer muitos reparos no que já estava pronto. “Nós sabemos que a obra parada entra em estado de depreciação, então tudo que nós já investimos está indo por água abaixo, indo pelos ralos”, falou.
A Prefeitura de Vila Velha disse que a obra do PA parou por problemas de medição e vencimento dos contratos e que fará uma nova licitação pra terminá-la.
(Fonte: G1)