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Ministério Público questiona Dnit por contratos sem licitação de R$ 689,7 bi

Após aproveitar uma brecha na Lei das Licitações para contratar consultorias por R$ 689,7 milhões

 

Após aproveitar uma brecha na Lei das Licitações para contratar consultorias por R$ 689,7 milhões, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) está sendo questionado pelo Ministério Público Federal na Justiça.

 

Procuradores da República no Distrito Federal tentam anular os contratos por considerá-los ilegais ao driblar a Lei das Licitações -o órgão utilizou o RDC (Regime Diferenciado de Contratação), criado para acelerar obras relacionadas à Copa do Mundo, às Olimpíadas e ao PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).

 

Nesta quinta-feira (18), desembargadores do Tribunal Regional Federal em Brasília decidem se mantêm ou não liminar concedida em primeira instância, em março , que havia suspendido temporariamente as contratações.

 

Para o MPF, o uso do RDC nesse caso específico é inconstitucional. Os contratos se referem à gestão de obras rodoviárias, ferroviárias e hidroviárias espalhadas por todo o país.

 

‘GOVERNANÇA’ – O trabalho das consultorias contratadas -a Accenture (três contratos) e a PM Tech (dois contratos)- consiste em “desenvolver processos e mecanismos de gestão e governança que tornem mais eficiente a execução das obras”, diz o Dnit. Os contratos valem por cinco anos. As ações encampam uma ação popular apresentada por uma advogada.

 

Para os procuradores, o Dnit não conseguiu comprovar por que o trabalho das consultorias poderia ser enquadrado no PAC, não justificando o uso do RDC. Eles também viram restrição de concorrência no processo. Além disso, sustenta o MPF, o departamento não comprova os ganhos financeiros para a administração pública.

 

A opção pela contratação, relatam procuradores, foi rejeitada até por um órgão ligado ao Dnit -a Procuradoria Federal Especializada-, em junho de 2014, mas o processo foi adiante mesmo assim.

 

Em paralelo, o MPF abriu investigação contra o Dnit por suspeita de improbidade administrativa.

 

Em março, a Justiça Federal concedeu liminar suspendendo a contratação. O Dnit entrou com agravo em segunda instância, mas o desembargador João Ribeiro manteve a suspensão. O órgão, recorreu, de novo, à segunda instância, com um pedido de suspensão de liminar e, desta vez, foi atendido pelo presidente do TRF-DF, Cândido Ribeiro.

 

O desembargador entendeu que haveria danos ao país com a interrupção das obras.

 

Em maio, o MPF entrou com pedido para que Ribeiro reconsiderasse a decisão, alegando que cabe ao judiciário avaliar a legalidade. É o que farão os desembargadores do TRF nesta quinta.

 

OUTRO LADO – Procurado, o Dnit diz estar respondendo “com tranquilidade” os questionamentos, porque a condução do processo teria sido aprovada por Ministério do Planejamento, TCU (Tribunal de Contas da União), CGU (Controladoria-Geral da União) e AGU (Advocacia-Geral da União).

 

O órgão afirma, ainda, que a Procuradoria Especializada não condenou o processo, mas impôs condições, já atendidas.

 

A Accenture informou ter “orgulho” de prestar serviços ao Dnit, em contratos que foram resultado de processo “bastante competitivo e aprovado por órgãos competentes”. A reportagem não conseguiu contato com a PM Tech.

 

(Fonte: Ne10)

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