A paralisação pode frustrar os planos do Metrô de concluir a obra até 2014. Trata-se de uma promessa de campanha da gestão Geraldo Alckmin (PSDB). O atraso, caso o Metrô seja obrigado a fazer uma nova licitação pública, pode chegar a mais de um ano. Por repetidas vezes nos últimos meses, o secretário dos Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, atrelou a conclusão dessa obra à melhoria na superlotação já enfrentada na Linha 4-Amarela, que funciona em horário integral há quase dois meses e se transformou em um corredor de ligação para os moradores da zona sul chegarem à região central da cidade.
O Ministério Público Estadual sustenta que houve um conluio entre os sete grupos empresariais (as maiores construtoras do País) que participaram da licitação para fraudar a concorrência. Além disso, a forma como a licitação foi planejada pelo Metrô permitiu que o projeto, estimado em mais de R$ 4 bilhões, causasse prejuízo de R$ 327 milhões aos cofres públicos.
A execução da obra foi dividida em oito lotes, mas a paralisação afeta apenas o trecho entre os lotes 2 e 8. O lote 1 teve a licitação feita separadamente e, por isso, a construção do trecho entre a Estação Largo Treze e a futura Estação Adolfo Pinheiro continua normalmente.
Mesmo após dois dias de questionamentos feito pelo Estado ao Metrô, a companhia não informou se algum pagamento chegou a ser feito às construtoras envolvidas no projeto. A Justiça ordenou, na mesma decisão, que todos os valores pagos pela ampliação da Linha 5-Lilás sejam devolvidas aos cofres públicos. Parte dos 224 imóveis desapropriados para execução da obra em área nobre já estava em fase de demolição.
Por: BRUNO RIBEIRO, MARCELO GODOY
(Fonte: O Estado de S.Paulo)