Empregada doméstica, Antônia ainda procura vaga para a filha. Por enquanto, Giovana, de 1 ano e 8 meses, fica com uma conhecida da mãe: “É muito difícil, fico correndo atrás das pessoas, perguntando se podem cuidar da minha filha, ficar com ela”.
Durante a campanha eleitoral, a presidente Dilma Rousseff prometeu construir seis mil creches em quatro anos, mas nenhuma foi inaugurada até agora.
Das 1,5 mil contratadas no ano passado, 657 estão em obras e 850 em fase de licitação ou planejamento.
De acordo com a Constituição, o ensino infantil é responsabilidade dos municípios, mas o Governo Federal repassa dinheiro às prefeituras para a construção de creches: “As prefeituras estão demorando de um ano e meio a dois anos pra construir as creches. O mercado da construção civil está muito aquecido, tem ainda o processo licitatório, que demora em torno de seis meses”, afirma o Ministro da Educação, Aloísio Mercadante.
Paulo Ziulkosi, presidente do Conselho Nacional de Municípios, diz que o problema não é construir os prédios, mas manter os alunos depois.
“Os municípios recebem por criança de turno integral, R$ 200 por mês. E o custo em uma creche de qualidade média é de R$ 600 por mês. Eu diria até que poderia haver o inverso. Nós faríamos o prédio e a União sustentaria o custo da creche. ”
Em solenidade no Palácio do Planalto, Dilma Rousseff anunciou a assinatura de convênios para construir mais 1.512 creches, que fazem parte da meta de seis mil até 2014: “Nós sabemos que as creches não são um teto ocasional para as crianças se refugiarem. Para nós, a creche é, primeiro e principalmente, uma forma de se atacar a desigualdade pela raiz”.
A construção das creches faz parte do programa Brasil Carinhoso, lançado na segunda-feira (14) para combater a miséria e ajudar famílias com crianças pequenas.
O governo vai aumentar o repasse do Bolsa Família e garantir uma renda de R$ 70 por membro da família que tem pelo menos uma criança com até seis anos. Também vai distribuir vitamina A, ferro e remédios contra asma para crianças.
(Fonte: G1)