Há sete meses à espera de definição, os usuários de ônibus das 15 linhas da região da vila Luzita, em Santo André, terão de esperar por 2018 para saber qual empresa terá a concessão da área e que de fato investirá pela melhoria na qualidade do transporte coletivo. Segundo o governo do prefeito Paulo Serra (PSDB), a licitação do lote somente ocorrerá após estudo sobre os itinerários, com duração prevista de um ano, conforme edital de contração do serviço.
Atualmente, o lote da vila Luzita é operado pela Suzantur por meio de autorização a título precário, situação na qual a empresa circula por portaria, em tempo indeterminado até a licitação da área. A operadora assumiu o serviço em outubro por contrato emergencial válido por 180 dias, após a empresa Expresso Guarará encerrar as atividades por dificuldades financeiras.
Serra prometeu reorganizar o sistema de transporte coletivo em Santo André, contemplado por 50 linhas de ônibus – sendo 35 do consórcio União Santo André –, durante a eleição municipal em 2016. Na ocasião, o prefeito justificou a medida por considerar alguns trajetos dos coletivos obsoletos e incompatíveis com as atuais necessidades dos usuários.
No fim deste mês, o governo e a SATrans (Santo André Transportes) anunciam a empresa vencedora do processo de licitação para realizar o estudo de remanejamento e serviços das linhas. O levantamento também tem como meta a elaboração de projeto básico e proposta de viabilidade econômico-financeira para concessão do sistema de transporte tronco-alimentado da vila Luzita.
A SATrans já recebeu três propostas de empresas interessadas em realizar esse estudo. De acordo com o edital, a autarquia estima que a prestação dos serviços tenha custo de R$ 1,5 milhão. Até o complemento desta etapa, o governo não descarta alteração no formato tronco-alimentado do Terminal Vila Luzita. “Vamos pesquisar a necessidade de cada usuário do sistema da vila Luzita e todos os itinerários”, descreve o prefeito. Dessa forma, a Suzantur pode permanecer em Santo André pelo menos até junho de 2018 por meio de autorização a título precário. A empresa também opera em São Carlos, a 215 km da Capital, inicialmente por contrato emergencial e passando a título de portaria.
Em Mauá, a Suzantur fez caminho semelhante, assumindo o transporte coletivo a partir de outubro de 2013, até vencer a licitação no ano seguinte pela contrapartida de R$ 6,2 milhões aos cofres públicos na forma de outorga onerosa.
Financiamento do BID
O governo andreense também tenta destravar o financiamento de US$ 25 milhões junto ao BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para investimentos de obras viárias na cidade, entre elas, a implantação de corredores de ônibus. De acordo com Serra, a liberação tem como entrave a política adotada pelo presidente Michel Temer (PMDB) em não aumentar o grau de endividamento da União, fiadora dos repasses.
O prefeito de Santo André afirmou que articula junto ao senador José Serra e ao ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (ambos do PSDB), para mudar o quadro em Brasília. Dentro desses investimentos, estão previstos a duplicação do viaduto Adib Chammas, no Centro, novo viário sobre a avenida dos Estados, na região do bairro Santa Terezinha, e implantação do corredor de ônibus na avenida Santos Dumont.
(Fonte: Reporter Diario)