Segundo o professor, além da corrupção escancarada, que paralisou ministérios no ano passado, o atrofiado esforço de investimento enfrenta os custos do problemático loteamento de cargos feito pelo governo. “A mídia tem dado destaque à licença com que políticos agraciados com a gestão de determinados órgãos da administração pública interpretam os poderes de que foram investidos. Proliferam casos de gestores que se permitem concentrar a maior parte dos investimentos dos órgãos que administram em projetos de interesse exclusivo dos Estados de onde são oriundos”.
Para Werneck, a grande vantagem da presidente Dilma Rousseff é já enfrentar o problema desde o primeiro mandato do presidente Lula. Há sete anos Dilma está mobilizada com o desafio de assegurar que os programas de investimento público avancem conforme previsto. E foi exatamente isso que, na transição do governo anterior para o atual, assegurou tão alto grau de continuidade na gerência dos programas de investimento público. “Ela não pode se dar ao luxo de apresentar mais um ano de desempenho medíocre nessa área”, conclui o professor.