O vice-secretário de Estado dos EUA, William Burns, afirmou ontem no Rio esperar que Washington resolva, “no menor prazo possível”, os problemas que levaram à suspensão do pedido de compra do governo americano de aviões da Embraer.
Burns não quis admitir que pressões eleitorais levaram Washington a decidir-se pela suspensão. E acrescentou não acreditar que o contrato da Embraer com o governo americano influencie a decisão de compra de caças para a FAB.
Cancelamento. A licitação dos EUA foi suspensa na terça-feira por supostos “problemas na documentação”, segundo a Força Aérea americana. Houve, também, forte lobby da americana Hawker Beechcraft, rival da Embraer, que alertava para a perda de empregos no país, caso a brasileira vencesse a disputa. O negócio renderia US$ 355 milhões.
Em um primeiro momento, a diplomacia brasileira acreditou que a decisão se relacionava a problemas enfrentados pelos militares americanos no Afeganistão, com a descoberta de exemplares queimados do Alcorão, o livro sagrado do Islã, em uma base militar dos EUA. Ontem, horas após a presidente Dilma Rousseff chamar de “inconsequente” a estratégia de combate à crise adotada pelos países ricos, o Itamaraty elevou o tom. / COLABOROU ROBERTO LAMEIRINHAS
Por: IURI DANTAS, BRASÍLIA
(Fonte: O Estado de S.Paulo)