Representantes dos blocos de rua do DF criticam falta de diálogo; para especialista em administração pública faltou transparência. Secretaria de Cultura argumenta que consultor “tem comprovada experiência profissional”.
Sem licitação, o governo do Distrito Federal contratou por R$ 80,4 mil um consultor para elaborar e implementar uma política pública para o carnaval de rua do DF. A escolha de Guilherme Rosa Varella foi publicada no Diário Oficial de sexta-feira (27) e já recebeu críticas de representantes dos blocos carnavalescos de Brasília, que afirmaram não terem sido consultados antes da contratação.
Em nota, a Secretaria de Cultura do DF afirmou que a escolha de Varella dispensou uma seleção, porque o consultor “tem comprovada experiência profissional”. De acordo com a pasta, Varella ajudou na coordenação da política pública do Carnaval de Rua de São Paulo em 2013, durante a gestão do prefeito Fernando Haddad . A secretaria afirmou ainda que uma consultoria especializada era necessária para potencializar o investimento privado no Carnaval de Brasília.
O presidente da Liga de Blocos de Rua do DF, Jorge Cimas, porém, contesta o argumento do governo. Ele diz que o trabalho pelo qual o consultor foi contratado poderia ter sido feito gratuitamente pelos próprios blocos de rua do DF.
Segundo Cimas, os planos adiantados pelo GDF para os próximos carnavais atrapalham, inclusive, a inserção de patrocínio. “Quando o consultor conversou pela primeira vez com a gente, ele queria limitar a altura do trio elétrico em três metros. Onde que vamos conseguir colocar uma marca neste espaço? Isso só vai atrapalhar a gente.”
Sem transparência
Para o especialista em administração pública da UnB José Matias Pereira, dispensar uma licitação, para qualquer motivo que seja, deveria ser uma exceção e não uma regra. A justificativa apresentada pelo GDF de que o consultor tem experiência e que por isso um edital seria dispensável é absurda.
(Fonte: G1)