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Energia americana muda o jogo

No Brasil, o assunto foi virtualmente ignorado nas discussões públicas até recentemente. A decisão da Agência Nacional do Petróleo de leiloar a exploração de gás de xisto só foi noticiada em meados de abril. As reservas brasileiras, estimadas em 6,4 trilhões de metros cúbicos, estão em décimo lugar na classificação internacional. A China detém as maiores reservas (36,1 trilhões de metros cúbicos), seguida pelos Estados Unidos (24,4 trilhões) e pela Argentina (21,9 trilhões).

 

Com essa novidade, as empresas do setor de petróleo e gás deverão dar importância, novamente, às atividades em terra, deixadas em segundo plano desde as primeiras descobertas de hidrocarbonetos no mar, nos anos 70. A concentração de recursos na exploração de reservas marítimas ainda se intensificou a partir da descoberta do pré-sal. Desde o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a ação da Petrobrás foi orientada como se a exploração do pré-sal pudesse mudar amplamente as condições do mercado internacional em poucos anos, convertendo o Brasil em uma das principais potências petrolíferas.

 

A exploração de reservas em águas muito profundas é, sem dúvida, promissora, mas nenhum planejador deveria menosprezar as dificuldades e incertezas tecnológicas, os custos enormes, a insegurança quanto aos prazos e, naturalmente, o desenvolvimento de novas técnicas e de outras fontes de energia.

 

O governo brasileiro assumiu um risco muito grande ao concentrar suas fichas nas possibilidades do pré-sal, deixando em plano inferior até os objetivos imediatos de produção, essenciais para o atendimento do mercado e até para a geração de caixa da Petrobrás, reconvertida em grande importadora de combustíveis.

 

A nova exploração do gás de xisto nos Estados Unidos é um claro exemplo dos riscos ignorados ou desprezados na política energética brasileira. E é também – é sempre útil lembrar – um exemplo instrutivo das vantagens da flexibilidade econômica americana. Enquanto os outros choravam as dores da crise econômica, os americanos viravam o jogo no mercado de recursos energéticos.

 

(Fonte: Estadão)

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