A licitação do sistema metropolitano de ônibus que atende a cerca de dois milhões de pessoas nos 39 municípios da Grande São Paulo deve ter o edital lançado até dezembro.
Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos do Estado de São Paulo, Clodoaldo Pelissioni, a concorrência que foi barrada pelo TCE – Tribunal de Contas do Estado está em fase final de ajustes, já seguindo as determinações do órgão.
“Nós temos um cronograma de até o final de dezembro republicar o edital dos ônibus da Grande São Paulo [EMTU]. Nós publicamos, tivemos suspensão no tribunal de contas [do Estado]. Prestamos todos os esclarecimentos, estamos concluindo a modelagem e aquelas modificações que foram apontadas pelo tribunal de contas. Então, até dezembro temos a previsão de publicar o edital” – disse Clodoaldo Pelissioni.
O Diário do Transporte mostrou, com dados obtidos por meio da Lei de Acesso à Informação que, por dia em média, 104 ônibus metropolitanos quebram ou falham.
Entre janeiro e agosto deste ano, foram 25.091 ocorrências deste tipo com os ônibus, o que dá uma média de 3.136 falhas ou quebras. A EMTU diz que levando em conta a quilometragem percorrida pelos ônibus, a média de quebras é baixa.
A licitação deveria ter sido realizado em 2016, quando terminou o prazo de 10 anos dos contratos assinados em 2006 com quatro consórcios operacionais da Grande São Paulo.
Na chamada área 5 da EMTU, correspondente ao ABC Paulista, a licitação nunca foi realizada por interferência de empresários de ônibus da região, que reclamavam do retorno financeiro que teriam e dos investimentos que deveriam fazer. Foram seis tentativas de licitação para os ônibus intermunicipais da região, cinco esvaziadas pelos empresários e uma barrada judicialmente pelo dono de empresas de ônibus Baltazar José de Sousa, cujo grupo está em recuperação judicial desde 2011. O empresário já teve vários mandados de prisão expedidos contra ele e é considerado um dos maiores devedores individuais da União, com débitos de cerca de R$ 1 bilhão. Os advogados contestam os valores e parte das dívidas.
Como resultado, o ABC Paulista é a região onde os ônibus são mais velhos, com média de idade de oito anos, e com menor índice de acessibilidade.
Em toda a Grande São Paulo, circulam nas cinco áreas operacionais 4240 ônibus.
Área 1 – Consórcio Intervias: Cotia, Embu das Artes, Embu-Guaçu, Itapecerica da Serra, Juquitiba, São Lourenço da Serra, Taboão da Serra, Vargem Grande Paulista e São Paulo – 866 ônibus.
Área 2 – Consórcio Anhanguera: Barueri, Cajamar, Caieiras, Carapicuíba, Francisco Morato, Franco da Rocha, Itapevi, Jandira, Osasco, Pirapora do Bom Jesus, Santana de Parnaíba e São Paulo – 1.353 ônibus.
Área 3 – Consórcio Internorte: Arujá, Guarulhos, Mairiporã, Santa Isabel, São Paulo e Airport Service, linhas que partem dos aeroportos de Congonhas e de Guarulhos – 909 ônibus.
Área 4 – Consórcio Unileste: Biritiba Mirim, Ferraz de Vasconcelos, Guararema, Itaquaquecetuba, Mogi das Cruzes, Poá, Salesópolis, Suzano e São Paulo. – 364 ônibus.
Área 5 – empresas que atuam sem concessão (permissão): Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra – 748 ônibus.
(Fonte: Diario do Transporte)