A empreiteira mantém pouco mais de cem contratos com órgãos do governo federal. Na maioria deles, a Delta presta serviços ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), vinculado ao Ministério dos Transportes. Mas o maior contrato prevê a construção de 39 dos cerca de 600 quilômetros de canais de concreto da transposição do São Francisco.
No mês passado, a Delta foi declarada inidônea e, com isso, ficou impedida de celebrar novos contratos com a União. O destino dos acordos em curso – que somam R$ 1,2 bilhão ainda não pagos, conforme revelou o Estado em maio – ficou dependendo da conclusão de auditorias nos ministérios e nos órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Tribunal de Contas da União (TCU).
‘Plena capacidade’. Procurada ontem, a Delta alegou que “teria plena capacidade de entregar a obra contratada”. Em nota, a empreiteira disse que a rescisão do contrato não vai impor demissões extras na empresa. Mais de 300 já teriam sido demitidos no canteiro da Delta na transposição. A empresa alega ter paralisado as obras do lote 6 a pedido do Ministério da Integração. A pasta nega a versão da Delta e informa que vinha cobrando a retomada imediata das obras.
O trecho da transposição em Mauriti (CE) será o último a ser concluído, de acordo com a mais recente versão do cronograma de obras. A previsão é que fique pronto no segundo semestre de 2015.
Iniciada em 2007 como a mais cara obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), a transposição do São Francisco já deveria ter ficado pronta. Por falhas no projeto, os contratos iniciais ganharam aditivos e novas licitações de saldos remanescentes de obras elevaram o custo do projeto para R$ 8,2 bilhões.
Por: MARTA SALOMON, ANNE WARTH / BRASÍLIA
(Fonte: O Estado de S.Paulo)