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Delatores da Operação Sevandija dizem que empresa de fachada venceu licitações de R$ 3 milhões em Ribeirão


Namorada e sócio do empresário Marcelo Plastino afirmaram que a Tecmaxx tinha apenas enfermeira e faxineira como funcionárias. Mulher do ex-presidente da Câmara também teria sido contratada sem trabalhar.

Documentos apresentados ao Ministério Público por Alexandra Ferreira Martins, delatora da Operação Sevandija, apontam que o empresário Marcelo Plastino, dono da Atmosphera, usou uma empresa de fachada para vencer licitações do governo Dárcy Vera (PSD) em Ribeirão Preto (SP). Segundo Alexandra, que era namorada de Plastino, entre 2012 e 2013, a construtora Tecmaxx ganhou R$ 3,3 milhões em concorrências e tinha apenas duas funcionárias no quadro de empregados.

Ainda segundo Alexandra, as funcionárias eram uma faxineira e uma enfermeira, contratadas para cuidar da mãe do empresário.

Plastino, que era investigado por pagar propina a vereadores e a agentes públicos em troca de favorecimento em licitações, se matou em novembro do ano passado. Embora a Justiça tenha isentado o empresário de punição, o sequestro dos bens foi mantido e os valores recuperados deverão ser usados para ressarcimento dos cofres públicos.

De fachada
Segundo a Promotoria, a Tecmaxx e a Atmosphera pertenciam a Marcelo Plastino. Alexandra é acusada pelo Ministério Público de ser a responsável pelos saques em dinheiro, entregues ao superintendente da Coderp, Marco Antônio dos Santos, e a pessoas ligadas a ele. Funcionária da Atmosphera, Alexandra chegou a ser presa em setembro do ano passado quando a Operação Sevandija foi deflagrada.

Ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), ela relatou que em uma ocasião precisou se apresentar como representante da Tecmaxx em uma licitação da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Ribeirão Preto (Coderp).

A informação de que a Tecmaxx não tinha nenhum funcionário ligado a projetos de engenharia também foi dada ao Gaeco pelo sócio de Plastino, Paulo Roberto de Abreu Júnior, acusado participar ativamente das atividades ilícitas envolvendo a Atmosphera. O empresário, que também fechou acordo de colaboração premiada com o MP, afirma ainda que a empresa chegou a registrar uma terceira funcionária, que seria a mulher do ex-presidente da Câmara dos Vereadores, Walter Gomes (PTB). O ex-parlamentar está preso desde dezembro.

De acordo com Abreu Júnior, Mariana Gomes de Oliveira foi contratada, mas nunca apareceu para trabalhar na empresa.

O empresário informou aos promotores que Plastino negociava ajustes nos editais da Coderp na gestão de Davi Mansur Cury para beneficiar a Atmosphera e tirar concorrentes dos processos.

Anteriormente, Alexandra relatou que Plastino bancou passagens de avião e hospedagem em um hotel de luxo em Miami, nos Estados Unidos, em outubro de 2013, para Cury e a mulher dele. O ex-chefe da Coderp está preso desde maio deste ano.

O que dizem os citados
O advogado de Davi Mansur Cury, Marcos Vinicius Petreluzzi, disse que o ex-superintendente da Coderp viajou em 2013 aos EUA, mas com recursos próprios. Sobre a denúncia de que Marcelo Plastino direcionava as licitações, a defesa informou que ainda analisa os documentos da delação premiada.

A mulher do ex-vereador Walter Gomes não foi localizada para comentar o assunto.

Operação Sevandija
Deflagrada em setembro de 2017, a Operação Sevandija apontou que a Atmosphera era usada como cabide de empregos por nove vereadores da base aliada de Dárcy Vera (PSD). Eles indicavam apadrinhados políticos para cargos terceirizados pela Coderp na Atmosphera e, em troca, aprovavam projetos de interesse do Executivo.

De acordo com os promotores de Justiça, os parlamentares recebiam propina em encontros chamados por Plastino de “café”.

Responsável pelos sistemas de informática da administração municipal e pela manutenção de quase 14 mil equipamentos eletrônicos, a Coderp é uma empresa de economia mista, cujo principal acionista é a própria Prefeitura, também responsável por serviços terceirizados.
Foi justamente em contratos desse tipo que a PF e o Gaeco identificaram fraudes que resultaram em desvio de verbas dos cofres municipais. Membros do alto escalão do governo Dárcy Vera e funcionários da Coderp atuaram nas fraudes. Todos negam participação no esquema.

A Operação Sevandija revelou ainda outros dois escândalos: o pagamento de honorários advocatícios pela Prefeitura, sendo que o esquema teria sido chefiado por Dárcy Vera e envolveu o ex-presidente do Sindicato dos Servidores Municipais, e fraudes em licitações do Daerp.

(Fonte: G1)

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