“Uma empresa brasileira vai a um país, suborna um ministro e adquire um contrato sem qualquer licitação.”
Diretor da ONG Transparência Brasil diz que governo se vale de manobras ilegais para dar empréstimos a companhias que operam fora do país.
Além de violar convenções internacionais contra a corrupção, o governo brasileiro se vale de manobras ilegais para conceder empréstimos a companhias brasileiras que operam fora do país, diz Cláudio Abramo, diretor da ONG Transparência Brasil.
“Não existe qualquer mecanismo de controle para atos de corrupção de empresas brasileiras no exterior”, ele afirma à BBC Brasil.
“Hoje, uma empresa brasileira vai a um país, suborna um ministro e adquire um contrato sem qualquer licitação. De posse do contrato, vai ao BNDES (Banco Nacional para o Desenvolvimento Econômico e Social) e consegue um financiamento para a execução desse serviço.”
O Brasil é um dos 39 signatários da Convenção Anti-Propina da Organização para a Cooperação Econômica e Desenvolvimento (OCDE), de 1997. Ao subscrever o documento, o país se comprometeu a combater propinas pagas por suas empresas no exterior.