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Brasil à espera da reforma mexicana?

O Brasil estará chegando ao quarto ano seguido sem realizar rodadas de licitação nessa área.

 

Em dezembro, enquanto o presidente eleito do México, Enrique Peña Nieto, estiver assumindo seu posto com a promessa de realizar uma ampla reforma energética – que vai abrir o país ao investimento privado em exploração e produção de petróleo e gás, de maneira muito inspirada no modelo brasileiro -, o Brasil estará chegando ao quarto ano seguido sem realizar rodadas de licitação nessa área. Num momento em que o México supera o Brasil não só no futebol, mas também na economia, como informou Fernando Dantas no Estadão de segunda-feira, e que a indústria lá cresce a um ritmo trimestral de 4% e aqui a níveis inferiores a 2%, é preocupante vislumbrar um cenário futuro em que os mexicanos se tornarão ainda mais competitivos, copiando em parte o modelo que, ironicamente, aqui está paralisado.

 

A reforma proposta por Peña vai ainda incentivar a exploração da reserva de gás de xisto, 4.ª maior do mundo, atrás apenas de China, EUA e Argentina, segundo a Agência Internacional de Energia. Além disso, o presidente assume o país com descobertas recentes de reservas de gás em alto mar e investimentos de US$ 8 bilhões numa rede de 4.400 km de novos gasodutos. No Brasil, não há nenhuma perspectiva de exploração de gás de xisto e tampouco se vislumbra a ampliação da rede de transporte. Para ter ideia de como estamos atrasados em infraestrutura de transporte, a densidade aqui é de 1,1 metro de gasoduto por km2 e, no México, chega a 53 m, segundo dados da Analise Monitor. Também não conseguimos viabilizar o gás de campos em terra já licitados, apesar de haver potencial de oferta e demanda.

 

Há quem possa dizer que a reforma mexicana não será fácil de implementar, já que necessita alterar a Constituição federal e, portanto, depende do crivo do Congresso. Mas engana-se quem subestima a articulação política mexicana. Mesmo antes da posse, a equipe do novo presidente, do Partido Revolucionário Institucional (PRI), já trabalha para a aprovação da reforma, e os outros dois principais partidos do país, o da Revolução Democrática (PRD) e o da Ação Nacional (PAN), declararam recentemente que apoiam a discussão sobre o fim do monopólio estatal da Petróleos Mexicanos (Pemex).

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