Obra vai custar R$ 100 milhões e será construída perto do Centro de Eventos
Orçado em R$ 100 milhões, o novo Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá tem a sua conclusão prevista para o segundo semestre de 2016. A apresentação do projeto do novo hospital foi realizada na tarde desta quarta-feira (17), pelo prefeito Mauro Mendes (PSB).
O projeto, que custou R$ 750 mil, está passando pela avaliação do Corpo de Bombeiros e da Vigilância Sanitária.
A licitação deverá ser lançada no dia 25 deste mês, dando à empresa vencedora 22 meses de prazo para a execução da obra, segundo o prefeito.
“O projeto foi finalizado há dois meses e tem 536 folhas. O edital também já está pronto. Devemos ter o aval dos Bombeiros e da Vigilância até o final desta semana e, assim, lançaremos o edital no dia 25, conforme o cronograma. Agora, torcemos para que uma grande e boa empresa ganhe a licitação, para que tenhamos o prazo de execução da obra cumprido”, disse.
O edital será lançado, porém, sem que todos os recursos necessários para a obra estejam garantidos.
Segundo o secretário de Saúde, até o momento, o Município têm garantidos R$ 25 milhões da Fonte 100 – sendo R$ 12,5 milhões, apenas em 2015 –, mas deverá buscar o restante da verba em convênios com o Estado e o Governo Federal.
“Desses R$ 100 milhões, R$ 75 milhões se referem apenas à construção do hospital. Os demais R$ 25 milhões serão usados para a aquisição de equipamentos. Ainda não podemos contar com outros recursos que não sejam da nossa própria fonte. Mas isso, de forma alguma, impede o lançamento do edital”, explicou.
Com uma área prevista de sete hectares, de um total de 20 hectares, o novo Pronto-Socorro da Capital será construído no bairro de Ribeirão do Lipa, próximo ao Centro de Eventos do Pantanal.
A área foi objeto de disputa judicial, o que já foi resolvida, segundo o prefeito.
“Temos a escritura da área. Isso não atrapalha em nada a licitação. A posse da área é do Município, não há o que se discutir”, disse.
Estrutura “defasada”
O prefeito afirmou que a execução da obra é uma demanda antiga da população, uma vez que a estrutura atual, na Rua General Vale, no bairro Bandeirantes, responsável por cerca de 150 atendimentos por dia e até 3,5 mil atendimentos por mês, está “defasada”.
“O hospital está com seu prazo de validade vencido há mais de uma década. Desde então, ele deixou de atender totalmente a demanda da população”, disse Mauro Mendes.
Grande parte dos equipamentos em uso no atual PSMC deve ser transferida para o novo hospital – o que, segundo o Município, diminuiu o custo com a aquisição de novas máquinas –, mas a Prefeitura ainda estuda o que será feito do antigo prédio, após a finalização da obra.
“Não podemos abandonar aquela estrutura. Não a deixaremos inutilizada, porque já investimos muito nela e continuamos investindo. A ala pediátrica está sendo reformada, o que nos leva a crer na viabilidade de melhoria do atendimento pediátrico na Capital e no Estado”, disse o secretário Peres.
Segundo o prefeito, o Município deve fazer um estudo, nos próximos anos, para saber o que poderá ser feito da atual estrutura, que deverá continuar atendendo à rede municipal de saúde.
Dificuldade orçamentária
O secretário de Saúde reconheceu que, atualmente, o Município já enfrenta sérios problemas para garantir o funcionamento pleno da atual estrutura do Pronto-Socorro, com dificuldades orçamentárias para garantir medicamentos, insumos, profissionais em número suficiente e cumprimento da folha de pagamento.
No entanto, ele afirmou que tais problemas deverão ser menores com o novo prédio, uma vez que o custo de manutenção da estrutura será menor.
“Hoje, gastamos muito para manter uma estrutura antiga, que é de 30 anos atrás. Uma estrutura nova demanda muito pouca manutenção. Até o custo de manutenção dos equipamentos diminui, porque muitas vezes a fiação elétrica antiga do atual prédio prejudica essa manutenção e aumentam o custo operacional”, disse.
O novo Pronto-Socorro não irá suprir, de imediato, a demanda do Município.
Com 315 leitos – contra 268 leitos oferecidos pela atual unidade –, o hospital precisaria contar com pelo menos 560 leitos para atender, sozinho, à demanda do município, uma vez que o ideal é que as cidades e os Estados contem com pelo menos um leito a cada 10 habitantes.
“O número de leitos que estamos criando é insuficiente para atender a demanda, mas garante melhoria no atendimento e rotatividade do atendimento. O novo hospital terá três estruturas, de urgência e emergência, ambulatorial e hospitalar, o que garante a rotatividade dos pacientes”, afirmou Peres.
A obra
Segundo o projeto, o novo Pronto-Socorro de Cuiabá deverá ser referência em atendimentos de média e alta complexidade, sendo especializado nas áreas de Cirurgia Geral, Clínica Médica, Pediatria, Cirurgia Pediátrica, Cardiologia, Oncologia e Tratamento de Queimados.
O hospital deverá oferecer serviços de apoio diagnóstico (exames e análises clínicas), urgência e emergência (adulto e pediátrica), nove consultórios para consultas eletivas de urologia (1), ginecologia, (1) cardiologia (1) e clínica geral (6).
A nova estrutura deverá contar com três entradas diferentes (para atendimentos de urgência/emergência, consultas eletivas e visitantes) e estacionamento com capacidade para 440 veículos.
Além disso, o hospital deverá oferecer 315 leitos, sendo 38 leitos de urgência e emergência, 198 leitos de internação (contando com o Centro de Tratamento de Queimados) e 79 leitos de UTI.
Ao todo, a estrutura terá 21.069,13 metros quadrados de área construída. Os demais 13 hectares que não será utilizados para a obra deverão atender a outros projetos de construção de unidades de saúde, ainda a serem definidos pelo Município.
(Fonte: Midia News)