Como a Folha mostrou há duas semanas, o consórcio Inspecionar, que participou sozinho da licitação, é liderado pela empresa Ivex, criada em Campo Grande para fabricar agrotóxicos.
A Justiça de Mato Grosso do Sul suspendeu o contrato da inspeção veicular em Campo Grande, um negócio que envolve R$ 503 milhões em 20 anos e é suspeito de ter sido direcionado.
O contrato foi assinado pelo ex-prefeito Nelson Trad Filho (PMDB) a dez dias do fim de seu governo.
A suspensão, em caráter liminar, foi concedida nesta semana e atende pedido do IBV (Instituto Brasileiro Veicular), que representa outras empresas interessadas no negócio e apontou irregularidades no edital. Ainda cabe recurso.
Como a Folha mostrou há duas semanas, o consórcio Inspecionar, que participou sozinho da licitação, é liderado pela empresa Ivex, criada em Campo Grande para fabricar agrotóxicos.
A empresa mudou sua finalidade em 2009 e, um mês antes da licitação, ampliou seu capital de R$ 100 mil para R$ 12,5 milhões. Na sede da Ivex, nada funcionava até o último dia 7, quando um pintor começou a arrumar o local.
O contrato já estava suspenso por decisão do atual prefeito, Alcides Bernal (PP), até que uma equipe técnica o reveja.
A inspeção veicular em Campo Grande deve ser anual e custar R$ 67 ao motorista. Licitações para o serviço devem ocorrer em todo o país, seguindo resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, de 2009.
OUTRO LADO
O advogado do consórcio Inspecionar, Rogelho Massud Junior, disse que, embora a empresa não seja citada como parte na ação que suspendeu o contrato, estuda “tomar medidas judiciais” para reverter a suspensão.
Os responsáveis pelo consórcio negam qualquer irregularidade na licitação.
A reportagem não conseguiu localizar o ex-prefeito.
Por: REYNALDO TUROLLO JR.