Técnica Construções SA tem 24 horas para detalhar a proposta de R$ 304 milhões para duplicar a rodovia
A Técnica Construções S.A. foi a empresa que apresentou a melhor proposta financeira para a duplicação do lote 1 da BR-280, entre o Porto de São Francisco do Sul e o trevo da BR-101.
A construtora, que tem sede em São Paulo, mas foi criada a partir da Delta, uma importante construtora do Rio de Janeiro, apresentou ontem a proposta de R$ 304 milhões para fazer a obra, R$ 1,4 milhão a mais do que o valor inicial informado pelo governo federal para a realização da obra (R$ 302,6 milhões). Se ela apresentar toda a documentação necessária ainda nesta terça-feira ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), em Florianópolis, será habilitada.
Outras cinco empresas, além da Técnica Construções, participaram do pregão eletrônico na manhã de ontem no DNIT. A concorrência foi acompanhada de perto por uma comitiva do Norte do Estado, integrada por representantes de Joinville, São Francisco do Sul e Araquari.
A empresa vencedora foi criada em fevereiro do ano passado, a partir da recuperação judicial da construtora Delta, envolvida em uma série de denúncias de corrupção. A Delta é a mesma que foi investigada pelo Ministério Público Federal e acabou envolvida na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do bicheiro Carlinhos Cachoeira em 2012.
Seu dono chegou a ser preso na época das investigações. Logo depois, a Controladoria-Geral da União (CGU) e o Judiciário determinaram que a Delta entrasse no rol de empresas inidôneas, ou seja, não poderia participar de licitações, entre outras punições.
A Técnica Construções não tem nenhum problema jurídico ou qualquer envolvimento com as denúncias. A empresa conseguiu vencer pelo menos três licitações importantes desde o ano passado e em nenhum caso houve problemas.
Comitiva acompanhou pregão por telão
O prefeito de São Francisco do Sul, Luiz Roberto de Oliveira, que também é o presidente da Associação dos Municípios do Nordeste de Santa Catarina (Amunesc) e lidera o movimento pela duplicação, junto com representantes de entidades empresariais de Joinville, não foi à capital.
O pregão eletrônico não prevê a participação de interessados no local. Porém, o superintendente do DNIT, Vissilar Pretto, recebeu a comitiva e improvisou um auditório para que todos pudessem acompanhar tudo por um telão.
Vissilar comemorou o resultado do pregão e acredita que o processo tenha uma solução em breve.
— É uma obra muito importante. Todos queremos que ela seja executada o mais rapidamente possível. Agora, passados os prazos legais, poderemos assinar o contrato — disse, lembrando que ainda é preciso aguardar a entrega da documentação e os prazos para possíveis questionamentos.
A comitiva saiu do pregão com a esperança de que nenhuma das outras empresas questione o processo ou entre na Justiça. Mas não há qualquer garantia.
— Vamos fazer uma nova reunião com todo o grupo e manter a pressão para que nenhum prazo seja esquecido e que a obra efetivamente comece logo — disse o presidente da CDL de Joinville, Carlos Grendene.
Próximos passos a partir de agora
1. Técnica Construções, que apresentou a proposta de R$ 304 milhões, tem até o fim do dia para apresentar toda a documentação necessária.
2. A partir disso, começa um novo prazo, de cinco dias, para que as empresas que participaram e o próprio DNIT possam tirar dúvidas ou questionar algum documento da empresa ou do processo.
3. Passado o prazo, a empresa pode ser homologada e assinar o contrato.
4. Se tudo der certo, a previsão é de que a ordem de serviço seja assinada pelo Ministério dos Transportes somente no ano que vem.
(Fonte: Clic RBS)