Notícias

Edital de barracas desagrada


Licitação para feira atrai 521 candidatos, mas não tem apoio de moradores nem de antigos barraqueiros

Cinco candidatos por vaga. Essa é a concorrência para ocupar uma das 96 barracas destinadas à venda de comidas e bebidas no entorno do Mineirão. Em uma semana de inscrições, a prefeitura recebeu 521 propostas. Mas o interesse comercial despertado pela licitação não condiz com a expectativa de boa parte dos atingidos pelo comércio, inclusive os moradores da região da Pampulha, que há anos cobram solução para a bagunça que se instalou na vizinhança em dias de jogos. A prefeitura, no entanto, promete manter o edital e inaugurar a nova feira até novembro, enquanto a Defensoria Pública de Minas Gerais entra com ação para suspender o certame.
O principal ponto questionado no edital é o fato de o texto não priorizar os antigos feirantes do Mineirão, que têm o título de patrimônio histórico imaterial da cidade. Outra divergência é que a Feira de Convivência do Entorno do Mineirão, como será chamada, terá barracas nas ruas, em quatro pontos ao redor do estádio, sendo que moradores e antigos barraqueiros querem que o comércio fique concentrado na esplanada de 80 mil m² construída durante a reforma da arena para a Copa do Mundo.

“Nós apoiamos os antigos barraqueiros. Eles se comportavam de maneira correta e ficavam próximo ao Mineirão”, afirmou o vice-presidente da Associação dos Bairros São Luiz e São José, Claude Rene Camille Mines. Morador da região há 44 anos, ele disse que nunca conviveu com tantos transtornos no local como agora. Além da venda de bebida e comida de forma irregular – inclusive de cervejas em garrafas de vidro – e até churrasquinhos pelas calçadas, que se reduziram após fiscalizações, mas ainda são um problema, há pessoas urinando nas ruas.

Por isso, o edital prevê também a instalação de banheiros químicos nas quatro praças de alimentação da feira. A medida é até bem-vinda, mas a vizinhança gostaria que os banheiros, assim como o comércio, ficassem restritos à área da esplanada. “Instalar os banheiros químicos, como se fez na Copa do Mundo, é bom. Mas melhor ainda seria o governo liberar a área da esplanada, onde foram derrubadas centenas de árvores”, afirmou Mines.

A defensora pública Júnia Carvalho entrou nesta terça com ação na Justiça para suspender o edital, sob o argumento de que o patrimônio histórico imaterial precisa ser mantido. “Não são só os barraqueiros que estão sendo atingidos, mas também a população, que tem o direito de preservação desse patrimônio”, destacou.

Mesmo com a insatisfação, o secretário de Administração Regional Municipal Pampulha, José Geraldo de Oliveira Prado, afirmou que o edital será mantido. Segundo ele, seria ilegal privilegiar os antigos feirantes em uma licitação pública. “A prefeitura fez o que estava ao seu alcance.

Sugerimos à Minas Arena – que administra o Mineirão – colocar a feira na esplanada, mas eles disseram que não poderiam, porque isso fere contrato com o governo do Estado”, concluiu.

(Fonte: O Tempo)

Related posts
Notícias

PBH abre licitação para construção da UPA Noroeste no espaço do Aeroporto Carlos Prates

Empresa será contratada para elaborar estudos e projetos de arquitetura e de engenharia A…
Read more
Notícias

Transnordestina: Governo homologa contratação do projeto básico do trecho Salgueiro/Suape

Esgotados todos os recursos da licitação para escolha da empresa responsável, o contrato foi…
Read more
Notícias

Prevista para agosto, licitação do transporte público permanece sem início em Natal

Promessa da STTU era de que edital seria lançado na primeira quinzena de agosto e que em setembro…
Read more

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *