Notícias

Consórcio VLT exige R$ 20 milhões do Governo do Estado por medições já executadas

O Consórcio Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT) Cuiabá-Várzea Grande entrou na Justiça para exigir do Governo do Estado o pagamento de R$ 20 milhões pela realização das medições nas obras executadas em outubro e em novembro de 2014. O juiz Ciro José de Andrade Arapiraca, responsável pela ação que tramita na Primeira Vara da Justiça Federal, determinou que o Governo do Estado apresente a primeira parte do relatório técnico do modal, elaborado pela empresa de consultoria KPMG.

“Assim, afirmam ter vislumbrado como ‘(…) alternativa razoável e adequada para manter as negociações em curso e assegurar o fluxo necessário de recursos para as atividades de manutenção do material rodante, equipamentos, sistemas e para manter válidas as apólices contratadas’, a liberação por parte do Estado de Mato Grosso dos pagamentos referentes às medições nº 27 e 28, relativas aos meses de outubro e novembro/2014 que, à época, foram devidamente aprovadas pela Gerenciadora responsável e pela Caixa Econômica Federal, financiadora da obras, segundo destacam, cujas faturas montam pouco mais de R$ 20 milhões, quantias de grande importância, dentro da conjuntura e das dificuldades enfrentadas pelos Requeridos para manutenção das construções”, consta da decisão.

Ainda na decisão, o magistrado avaliou a possibilidade da extensão da suspensão do contrato para até o dia 1º de julho, a pedido de ambas as partes, Consórcio VLT e Estado. Entretanto, Ciro Arapiraca determinou que antes de sua decisão, quer ouvir a manifestação do Governo quanto ao pedido de pagamento dos R$ 20 milhões.

“Por fim, malgrado a manifestação favorável dos Requeridos quanto ao pleito pelo Estado de Mato Grosso […], antes da análise quanto à suspensão pretendida, considero necessária a prévia manifestação dos Requerentes sobre o pleito de levantamento de valores formulado pelo Consórcio VLT Cuiabá e Outros (7387/7391), em atendimento à norma expressa no art. 10 do CPC/2015”.

Apresentação do estudo:

O juiz decidiu ainda que o Governo do Estado deverá apresentar e juntar aos autos o estudo elaborado pela KMPG, sob pena de multa diária:

“Defiro o pleito formulado pelos Requeridos […] determinando ao Estado de Mato Grosso que colacione ao feito o estudo elaborado pela empresa KPMG em relação ao Produto 1 e que foi encaminhado ao Estado de Mato Grosso em 18/12/2015, no prazo de 05 dias (art. 219 do Código de Processo Civil/2015), sob pena de cominação de multa diária pelo descumprimento”, determinou o juiz.

Para o magistrado, a apresentação estudo preliminar da KPMG garante o direito à ciência, análise e manifestação sobre o conteúdo. O que assegura, também, o amplo acompanhamento pelo juízo:

“Assim, a fim de garantir não apenas aos Requeridos o direito à ciência, manifestação e análise do conteúdo, contexto e fundamentos de referido laudo técnico, em estrito atendimento ao contraditório e à ampla defesa, mas também o de assegurar a este juízo o acompanhamento irrestrito dos atos elaborados e da prova colhida durante a consecução do estudo técnico”.

Entretanto, o magistrado reitera, citando manifestação do Governo do Estado, que o estudo é preliminar e portanto, carece de complementação:

“Cumpre-nos, registrar, também que o produto entregue pela KPMG, na condição de Verificadora Independente carece de maior substância no sentido de possibilitar ao Governo do Estado, subsídios norteadores que o orientem e o auxiliem na tomada futura de decisão quanto às ações que darão suporte às responsabilizações pelas falhas ocorridas; como também às soluções aplicáveis ao prosseguimento e conclusão da obra, objetivos primeiros que fundamentaram a justificativa dessa contratação”.

O juiz acredita que tudo corre bem e que a celeuma deverá encerrar com um acordo, como declarou, citando manifestação do Consórcio VLT.

“A análise dos estudos realizados nos autos é necessária para assegurar e otimizar as discussões que no momento estão em franca evolução, caminhando para um provável acordo”.

As obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), iniciadas em 2012 em Cuiabá e Várzea Grande, estão paralisadas desde o final de 2014. Agora, consórcio e governo negociam a retomada das obras, mediados pela Justiça Federal. Com base no relatório da consultoria KPMG, o governo estadual ofereceu ao consórcio R$ 191 milhões a mais que o contrato assinado em 2012, que foi de R$ 1,477 bilhão. Ou seja, no total, o VLT sairia por R$ 1,668 bilhão. O governo já pagou R$ 1,066 bilhão pelas obras.

Apesar de a obra ter sido licitada no formato Regime Diferenciado de Contratação (RDC), modelo de licitação criado para as obras da Copa do Mundo 2014 que não permite aditivos, os atrasos e o estouro do cronograma abriram a possibilidade de um reajuste. Para concluir a obra, o consórcio havia solicitado o total de R$ 2,2 bilhões, segundo afirmou a KPMG. A consultoria custou R$ 3,8 milhões, e esse valor deve ser descontado dos pagamentos a serem feitos ao consórcio construtor.

O projeto do VLT prevê duas linhas, a primeira ligando o Aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, à região do CPA, em Cuiabá. A Linha 2 ligaria a região do Coxipó ao centro da capital, se encontrando com a Linha 1 na altura do Morro da Luz. No total, o VLT teria 22 quilômetros de trilhos.

O governo cogitou recorrer a uma Parceria Público-Privada (PPP) para operar o modal, entretanto hoje foca-se em recorrer ao Estado, hoje comandado provisóriamente pelo peemedebista Michel Temer, para solicitar empréstimo e concluir a obra.

(Fonte: OLhar Direto)

Related posts
Notícias

PBH abre licitação para construção da UPA Noroeste no espaço do Aeroporto Carlos Prates

Empresa será contratada para elaborar estudos e projetos de arquitetura e de engenharia A…
Read more
Notícias

Transnordestina: Governo homologa contratação do projeto básico do trecho Salgueiro/Suape

Esgotados todos os recursos da licitação para escolha da empresa responsável, o contrato foi…
Read more
Notícias

Prevista para agosto, licitação do transporte público permanece sem início em Natal

Promessa da STTU era de que edital seria lançado na primeira quinzena de agosto e que em setembro…
Read more

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *