Não havia dotação dentro do PAC para iniciarmos a obra dessas barragens. O governo determinou que se utilizassem os recursos da defesa civil para as obras fossem licitadas.
O ministro da Integração, Fernando Bezerra, disse nesta quinta-feira (12/1) que não teve qualquer ingerência sobre a escolha de seu irmão, Clementino Coelho, para a presidência interina da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco). Em depoimento no Congresso Nacional, Bezerra disse também que o seu estado de origem, Parnambuco, não foi beneficado com repasse de verbas e que seu filho, deputado Fernando Coelho não foi favorecido com liberação de emendas parlamentares por seu ministério.
Apesar de a companhia ser subordinada à pasta comandada por Bezerra, o ministro explicou à comissão representativa do Congresso Nacional que Coelho foi escolhido para o cargo porque o estatuto da Codevasf prevê que, em caso de vacância do cargo de presidente, deve assumir o diretor mais antigo. “Nunca houve indicação ou nomeação de parente por parte do ministro da Integração para a diretoria da Codevasf. A oportunidade que surgiu para que Clementino Coelho ocupasse a presidência da companhia foi pela vacância do cargo”, explicou o ministro, lembrando que seu irmão assumiu o cargo de diretor em 2003.
Bezerra também procurou defender-se das acusações de que teria beneficiado o seu estado, Pernambuco, no repasse de verbas do ministério para a Defesa Civil em detrimento de outros estados afetados por desastres naturais, como Minas Gerais e Rio de Janeiro. Segundo o ministro, dos R$ 98 milhões repassados para Pernambuco, R$ 70 milhões foram destinados a obras de barragens em rios onde houve enchentes e transbordamentos que causaram fortes danos a cidades do estado em 2010.
“Quero aqui explicar que o Ministério da Integração ao tomar essa decisão dos R$ 70 milhões o fez com base em estudos feitos não somente dentro do ministério, mas também do grupo de acompanhamento do PAC [Programa de Aceleração do Crescimento]. Não havia dotação dentro do PAC para iniciarmos a obra dessas barragens, então o governo determinou que se utilizassem os recursos da defesa civil para que as obras fossem licitadas. Foi uma decisão embasada em apontamentos técnicos”, declarou Bezerra.