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Editorial: Pagamentos inidôneos

Para 79 das mais de mil empresas listadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis), por irregularidades em licitações e convênios.

 

A publicação de certas notícias –e não são poucas– põe o contribuinte a se perguntar: haverá alguém, no governo, que de fato se importe com a coisa pública? Vale dizer, com o bom emprego das verbas que passam por suas mesas?

 

Se houvesse, os cidadãos que trabalham mais de um terço do ano só para custear impostos não seriam afrontados tão frequentemente com manchetes aborrecidas como “Governo pagou R$ 294 milhões a empresas de ‘lista suja'”.

 

A reportagem, publicada nesta Folha, dava conta de que o governo federal carreou tal montante, nos últimos 16 meses, para 79 das mais de mil empresas listadas pela Controladoria-Geral da União (CGU) no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis), por irregularidades em licitações e convênios.

 

A explicação para a flagrante contradição é descabida: a proibição valeria só para novas contratações, não para contratos já em andamento. Não haveria impedimento legal para manter os repasses de verbas públicas à contratada, sob pretexto de preservar a prestação de serviços “essenciais” contratados. Tal justificativa, meramente burocrática, foi apresentada por vários ministérios afetados.

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