A EMTU – Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos dá início ao processo de licitação dos transportes metropolitanos por ônibus na Grande São Paulo, no próximo dia 19 deste mês, quando realiza uma audiência pública para discutir o edital que deve definir como serão os serviços nas 39 cidades.
A licitação envolve uma demanda de dois milhões de passageiros por dia, que usam os seis mil ônibus das 45 empresas filiadas ao CMT – Consórcio Metropolitano de Transportes, que hoje operam em torno de 600 linhas.
A última licitação realizada para a Grande São Paulo foi em 2006, quando o sistema foi dividido em cinco áreas operacionais. No entanto, apenas quatro delas foram efetivamente licitadas. A área 5, correspondente ao ABC Paulista, ainda opera por meio de contratos precários.
Desde então, a EMTU tentou sem sucesso licitar seis vezes a região do ABC. Em uma delas, os empresários barraram a licitação na Justiça e nas demais cinco vezes esvaziaram o certame.
Os empresários de ônibus alegam que as exigências das demais áreas não poderiam ser aplicadas para o ABC Paulista, que teria custos e realidades operacionais diferentes.
Por causa disso, a área 5 vive diferenças gritantes entre as operadoras.
Enquanto há empresas que até possuem certificados de qualidade, como Auto Viação ABC e a Rigras, por exemplo, outras companhias como as de Baltazar José de Sousa, a exemplo da EAOSA – Empresa Auto Ônibus Santo André, Viação Ribeirão Pires, Urbana, Imigrantes, Riacho Grande e São Camilo, possuem as piores classificações em qualidade de serviço pela EMTU, veículos antigos, sem acessibilidade e que quebram constantemente.
De forma geral, as linhas no ABC Paulista também apresentam defasagens em relação à realidade dos passageiros. Muitas dessas linhas estão praticamente obsoletas, com trajetos muito longos e serpenteados, enquanto existem ligações que não têm oferta adequada de ônibus.
Diante das dificuldades de licitação dos ônibus metropolitanos no ABC, a EMTU estuda a possibilidade de extinguir a área 5 e anexar as linhas às outras áreas operacionais. A possibilidade, inclusive, foi discutida mais de uma vez em audiências do Conselho Diretor do Programa Estadual de Desestatização – CDPED. Relembre aqui: https://blogpontodeonibus.wordpress.com/2016/08/16/gestao-alckmin-volta-a-cogitar-extincao-da-area-5-e-quer-mais-onibus-com-motor-traseiro-nas-linhas-metropolitanas/
A licitação da EMTU não envolve o Corredor Metropolitano ABD, operado pela Metra entre São Mateus, na zona leste de São Paulo, ao Jabaquara, na zona sul, pelos municípios de Santo André, Mauá (Terminal Sônia Maria), São Bernardo do Campo e Diadema, além da extensão entre Diadema e Morumbi, na zona sul de São Paulo .
A concessão do Corredor é diferente e se refere a uma licitação cujo contrato foi assinado em 24 de maio de 1997 e ainda está em vigor.
(Fonte: Diario do Transporte)
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