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Áudios mostram que senador atuou em órgãos em favor de Cachoeira

Outros deputados
Outros três deputados também foram citados por reportagens publicadas neste sábado sobre o empresário Carlinhos Cachoeira.

Reportagem da “Folha de S.Paulo” apontou que o deputado federal e ator Stepan Nercessian (PPS-RJ) recebeu no ano passado R$ 175 mil de Cachoeira. De acordo com o texto, o deputado admitiu ter recebido de Cachoeira um depósito de R$ 160 mil em 17 de junho de 2011. Nercessian afirma que o dinheiro seria usado para garantir a compra de um apartamento no Rio de Janeiro, avaliado em R$ 500 mil.

O valor, porém, foi devolvido três dias depois por meio de um depósito na conta de uma empresa do grupo de Cachoeira. O jornal afirma que o deputado enviou extrato que comprova o repasse.

Segundo a reportagem, o deputado afirma que recorreu a Cachoeira, de quem é amigo, porque teve medo que um empréstimo pedido a um banco não fosse aprovado a tempo de concretizar a compra do apartamento. Como o empréstimo saiu, diz Nercessian, o dinheiro foi devolvido.

Neste sábado, Stepan Nercessian pediu afastamento do PPS, que deu prazo para que ele apresente as explicações ao Conselho de Ética do partido.

Reportagem do jornal “O Globo” também deste sábado traz trechos de conversas telefônicas, gravadas pela Polícia Federal, em que os deputados federais Carlos Leréia (PSDB-GO) e Sandes Júnior (PP-GO) aparecem falando de negócios com Cachoeira e Wladimir Garcez, que também foi preso durante a operação Monte Carlo.

De acordo com o jornal, em um dos trechos Leréia cobra de Garcez o depósito de uma determinada quantia em dinheiro. Segundo o jornal, as conversas são truncadas, mas a polícia diz que tratam de licitações e outros negócios de interesse de Cachoeira.

Leréia: “Eu liguei pro rapaz lá, falou que só fizeram um depósito daquele lá, entendeu. De cinco…Podia verificar isso aí?”
Garcez: “Não, foi feio ontem o outro, viu?”

Em outro diálogo publicado pelo jornal, o deputado Sandes Júnior aparece negociando com Cachoeira.

Cachoeira: “O negócio não andou nada. Eu te falei que o trem lá não sai.”
Sandes Júnior: “O negócio já está no departamento jurídico pra formatar o edital e fazer concorrência pública. Tá muito mais adiantado do que você possa imaginar.”
Sandes Júnior: “Você recebeu lá na ADI. Eles deram vários cheques. É melhor dividir do que não receber. Até o final desse ano.”
Cachoeira: “Uê, foi bom então, uê. Então você tem que repartir comigo, que eu fiz você receber.”

O advogado de Leréia disse que o deputado só vai se manifestar depois que tiver acesso ao inquérito.

Sandes Júnior afirmou que os cheques citados seriam o pagamento da rescisão do contrato dele com uma rádio. E que Cachoeira estava brincando quando cobrou a parte dele.

O deputado afirmou que conversou entre seis vezes e, “quem sabe, estourando”, dez vezes com Cachoeira, que, segundo ele, “tem negócios lícitos em Goiás”, como uma indústria farmacêutica e uma universidade.

Sandes Júnior disse que conhece o empresário desde 2000 e que já freqüentou eventos na casa dele.

“A relação que tínhamos, eu já falei para jornais de Goiás, era de cunho social, convidando para festas. Sempre contato social “, disse.

Sobre o diálogo reproduzido pelo jornal “O Globo”, o deputado disse não se recordar de ter conversado com Cachoeira sobre licitações, conforme indica o primeiro trecho da transcrição.

Ele afirmou ter recebido naquele período diversas ligações de empresários sobre processos de licitação, uma vez que se considera um “representante” da mídia e era do partido do então governador Alcides Rodrigues.

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