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Paes diz não ver propaganda em Banco Imobiliário

Ontem, o Ministério Público abriu o inquérito para investigar o caso. Os promotores querem saber se houve licitação e quais os termos do acordo para utilização das imagens.

Após o Ministério Público do Rio abrir inquérito para apurar a compra de 20 mil unidades do jogo Banco Imobiliário – Cidade Olímpica, o prefeito Eduardo Paes disse, ontem, que não vê propaganda política no jogo. Ele afirmou que o brinquedo, que exalta as realizações da prefeitura em sua gestão, é um tema “interessante” para ser trabalhado com os alunos em sala de aula. Ao custo de mais de R$ 1 milhão, os jogos foram distribuídos na última semana.

 

De acordo com Paes, o jogo foi idealizado pela fabricante de brinquedos Estrela, que recebeu autorização para utilizar as imagens da cidade sem custo. “O projeto está sendo colocado em prática depois das eleições. Não fui eu que fiz o Maracanã, o Cristo Redentor. O que há no jogo é o que acontece na cidade”, afirmou o prefeito.

 

O prefeito participou ontem cedo do lançamento de um empreendimento imobiliário na Vila Autódromo, comunidade que está sendo removida para dar lugar ao Parque Olímpico. Os moradores questionam na Justiça a remoção, que não estava prevista no projeto da candidatura do Rio para as Olimpíadas.

 

No tabuleiro. O Parque Olímpico é uma das realizações da prefeitura que constam no jogo. Este faz referências ainda aos corredores de ônibus BRT, à revitalização do zona portuária e ao Museu do Amanhã, a ser inaugurado somente em 2016.

 

O jogo também cita obras do governo estadual, como a fiscalização da Lei Seca e a pacificação das favelas da zona sul. O conteúdo foi questionado por professores da rede municipal e entidades do Fórum Estadual em Defesa da Educação Pública, que viram ingerência política na educação. Eles também questionam o uso do jogo em sala de aula.

 

Ontem, o Ministério Público abriu o inquérito para investigar o caso. Os promotores querem saber se houve licitação e quais os termos do acordo para utilização das imagens. O MP deu dez dias para que prefeitura e empresa prestem esclarecimentos sobre a transação e encaminhem uma cópia do contrato entre as duas para análise da promotoria.

 

Por: ANTONIO PITA / RIO
(Fonte: Estadão)

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