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Leilão de hidrelétricas tem retorno atraente para investidor, dizem consultores

A taxa de retorno fixada para o leilão de hidrelétricas existentes, marcado para 30 de outubro, é suficiente para atrair investidores e pode ser vista como um dentre vários movimentos do governo federal para garantir o sucesso da licitação, que pretende colocar 11 bilhões de reais nos cofres públicos em 2015, afirmaram à Reuters consultorias especializadas.

No certame, que ofertará concessões de usinas já em operação, os vencedores deverão pagar um bônus de outorga, e em troca poderão vender parte da energia no mercado livre de eletricidade, além de receberem uma remuneração de 9 por cento em termos reais, descontados tributos, sobre os valores desembolsados pela outorga dos empreendimentos.

“Esse é um retorno para esses ativos, que são usinas já em operação, que realmente faz sentido, permitiria uma disputa. Seria uma taxa de retorno atraente”, afirmou o sócio da consultoria Thoreos, Rodrigo de Barros.

Segundo a diretora da Thymos Energia, Thais Prandini, a taxa de retorno ficou acima do esperado pelo mercado, dado o baixo risco de se investir nessas usinas, o que parece ser mais um esforço do governo para aumentar a disputa no certame.

Ela ainda elogiou alterações recentes nas regras da licitação, como a possibilidade de as empresas negociarem até 30 por cento da energia das usinas no mercado livre de eletricidade a partir de 2017 e a abertura para investidores estrangeiros.

Já o diretor da consultoria Andrade e Canellas, Silvio Areco, estimou que, combinando o retorno da outorga paga e as vendas de energia no mercado livre, os vencedores da disputa conseguiriam ter um retorno total do investimento em cerca de quinze anos e a partir daí lucrar, considerada uma concessão de 30 anos.

“O governo está se empenhando em algumas coisas, e está havendo um cuidado para dar uma condição um pouco melhor (para o investidor). O empenho deles é para que o leilão seja bem sucedido”, analisou Areco.

EMPRESAS BUSCAM RECURSOS

O leilão foi tema de reunião nesta quarta-feira entre os ministérios da Fazenda e de Minas e Energia, com presença do ministro Joaquim Levy e do secretário do Tesouro, Marcelo Barbosa Saintive, além de representantes das elétricas Cesp, Cemig e Copel, segundo informações do Ministério de Minas e Energia.

Essas empresas eram detentoras da concessão da maior parte das usinas e, após o vencimento dos contratos, foram definidas como responsáveis por operá-las até a realização do leilão.

Todas, no entanto, já demonstraram publicamente o interesse em competir para continuar com os ativos.

A barreira, no momento, tem sido o elevado valor definido como bônus.

Somadas todas usinas, serão 17 bilhões de reais a serem pagos em duas parcelas, uma neste ano e outra após a assinatura do contrato de concessão.

O presidente da Cemig, Mauro Borges Lemos, afirmou nesta quarta-feira, em nota, que a empresa considera empréstimos bancários ou emissão de debêntures como formas de captar recursos para entrar no leilão.

Já o presidente da Cesp, Mauro Arce, disse na semana passada que a companhia está sondando investidores interessados em parcerias para poder arcar com os bônus.

Para Erik Rego, da Excelência Energética, mesmo a estatal federal Eletrobras poderia encontrar sócios para se capitalizar para a disputa.

“Uma parceria da Eletrobras com um fundo de pensão, por exemplo, pode ser um caminho”, apontou.

A Chesf, uma das subsidiárias da Eletrobras, pretende entrar na licitação de hidrelétricas, disse na semana passada o presidente da companhia, José Carlos de Miranda.

(Fonte: A Cidade)

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