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Idosos da Capital terão novo abrigo a partir de março

Em outubro, a instituição Pobres Servos da Divina Providência venceu a licitação. 

Localizada na zona Sul, Casa Lar acolherá até 24 pessoas que estejam sozinhas ou que tenham sido abandonadas pela família

 

Muitos são os percalços enfrentados pelas pessoas quando atingem a terceira idade. Além das privações naturais impostas pela velhice, há aqueles que precisam enfrentar um mal que, embora atinja também outras idades, é frequente entre os idosos: a rejeição familiar. Como alternativa, surgem projetos que possibilitam alento a quem precisa.

 

O projeto Casa Lar dos Idosos, da Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), vinculada à prefeitura de Porto Alegre, já está em fase final. O edital foi publicado em setembro do ano passado. Em outubro, a instituição Pobres Servos da Divina Providência venceu a licitação. Após o cumprimento da entrega de todos os documentos previstos pelo edital, a assinatura do convênio foi feita no dia 19 de dezembro. Agora, assim que as reformas das casas que servirão de abrigo estiverem prontas e aptas a receberem os hóspedes, o serviço de seleção poderá começar. A sede da Casa Lar dos Idosos será localizada na Vila Nova, na zona Sul da Capital, e permitirá visitas de amigos e família. A previsão é de que a casa seja inaugurada em março.

 

De acordo com a técnica social da Proteção Social Especial de Alta Complexidade da Fasc, Ruth D’Amorim, qualquer idoso em estado de vulnerabilidade, que esteja só ou afastado do convívio familiar, será recebido na casa. “A Casa Lar pretende romper as práticas tutelares e assistencialistas, de modo a fortalecer a participação e a autonomia do idoso”, garante. A ideia é que um novo rumo pessoal possa ser dado à pessoa que se encontra em estado de abandono. Embora a Casa Lar seja um destino transitório, a estada do idoso não precisa ser passageira. “O idoso que estiver conosco poderá encarar a casa como dele, ter uma referência de lar naquele lugar. Tentaremos contatar parentes, e se o desejo for mútuo, poderemos trabalhar para a reunião.” O idoso chegará a Casa Lar sem a obrigatoriedade de sair depois de um ano. “Se ele tiver condições de ser transferido a uma instituição de longa permanência, pode ir. Mas, caso isso não aconteça, ou enquanto não ocorrer, ele fica conosco.”

 

A estrutura disponível envolverá duas casas, que abrigarão 12 pessoas cada. Cada quarto possuirá quatro camas. Para ingressar, a renda particular não é obrigatória, o que diferencia a Casa Lar de outros abrigos da Capital, como o Asilo Padre Cacique, que prevê uma contribuição de até 70% do rendimento individual. “O espaço disponibilizado precisa ser extremamente qualificado. A acessibilidade é fundamental e, sem essas adequações, nenhuma das casas estaria apta a recebê-los”, destaca Ruth.

 

Conforme ela, as principais dificuldades do projeto giraram em torno de questões orçamentárias. Entretanto, se comparado a outros projetos, os trâmites de aprovação da Casa Lar foram relativamente rápidos. Para que todas as áreas de serviço sejam contempladas, a Fasc pretende estabelecer parcerias com a Igreja e as equipes de saúde disponíveis na região.

 

Prioridade do local é fazer com que moradores se sintam em um lar

 

m que os idosos lá instalados se sintam em casa, a Fasc também selecionará, além de técnicos, enfermeiros e cuidadores, oficineiros que possam trabalhar em conjunto a fim de oferecer maior autonomia aos moradores. Além disso, a prefeitura promove o Centro Dia do Idoso, cujas ações pontuais promovem integração. “Se o idoso tiver condições, poderá participar”, garante Ruth. “O idoso é como uma criança, tem um jeitinho, manias particulares. É importante que quem estiver trabalhando com ele entenda isso, entenda o silêncio, o grito deles. Acreditamos na qualificação da vida desses velhinhos.”

 

A previsão é de que o chamamento dos funcionários comece ainda na primeira quinzena de janeiro. Para Ruth, a expectativa é de que a casa possa receber os primeiros moradores em março. “Estou muito entusiasmada. Passamos por entraves e dificuldades, mas nada que tenha sido impossível. É importante que Porto Alegre entenda que é uma conquista do município”, comemora.

 

Para a representante da Fasc, muitos aspectos da Capital ainda são passíveis de melhora. “Ruas esburacadas, de vias com problemas seríssimos de acessibilidade, chamam nossa atenção. Sempre entramos em contato via 156 (o Fala Porto Alegre), mas dificilmente a coisa muda”, lamenta.

 

(Fonte: Jornal do Comercio)

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