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Governo lança ‘Tinder’ das compras governamentais


Aplicativo deve estimular a concorrência e aumentar a chance de pequenos empresários venderem para órgãos públicos

O governo quer aumentar as chances de pequenas empresas venderem para órgãos públicos e resolveu apostar em um aplicativo para isso. A ferramenta, que já está disponível, deve funcionar como um “ Tinde r” do pregão online: depois de cadastrar dados como tipo de material vendido e região em que atua, fornecedores recebem alertas sobre licitações que se encaixem no perfil inserido. A plataforma deve estimular a concorrência e, com isso, permitir economia nas compras governamentais .

O aplicativo é um desdobramento do portal Comprasnet, foi desenvolvido pela Secretaria de Desburocratização, Gestão e Governo Digital do Ministério da Economia e financiado pelo Sebrae. A principal novidade é que o sistema de notificações pelo celular vai facilitar a vida de pequenos empresários que não têm estrutura para checar constantemente as licitações. Uma empresa que vende computadores e atua no Sul da Bahia, por exemplo, conseguirá saber exatamente que licitações se enquadram exatamente nesse perfil.

Só no ano passado, o governo comprou R$ 48 bilhões em equipamentos, incluindo desde artigos para escritório a aviões-caças para a Força Aérea. Os produtos foram vendidos por 326 mil empresas. A expectativa da equipe é que esse número de fornecedores aumente, considerando o universo de 12 milhões de micro e pequenas empresas em atuação hoje no país. O governo não estimou quanto pode poupar caso a concorrência de fato aumente, mas se a economia com a plataforma for de 1%, significaria um ganho da ordem de R$ 500 milhões.

— Tem um potencial de crescer muito. A gente conta com isso para que novas pessoas possam participar, ampliem a competição, reduzam os preços e aumentem a qualidade — afirmou ao GLOBO Paulo Uebel, secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital.

O secretário disse ainda que outro objetivo para agilizar as compras é elaborar alternativas ao processo de licitação, que chega a custar R$ 40 mil, incluindo os custos com pessoal envolvido. A ideia é manter a transparência e evitar superfaturamento, mas evitar os altos custos. Uma possibilidade é, por exemplo, usar o preço médio de notas fiscais eletrônicas para identificar distorções no valor cobrado por fornecedores e, assim, acionar órgãos de fiscalização.

— Vamos ter outras formas de compatibilizar celeridade do processo com a fidelidade da informação, que não seja um valor superfaturado. A parte de compras caminha para isso: usar tecnologia da informação, big data, sem tornar o processo moroso, caro, como é o processo licitatório — destacou Uebel.

O lançamento do aplicativo faz parte da estratégia do governo de ampliar a atuação do chamado governo digital, que é o oferecimento de serviços por meio de plataformas online. O potencial de economia pode alcançar centenas de bilhões, caso sejam digitalizados os mais de 2 mil serviços oferecidos por órgãos públicos.

(Fonte: O Globo)

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