Categories: Notícias

Gasto de R$ 52 milhões com informática na Câmara de SP vira guerra política

No último dia 24 de outubro, outra licitação foi vencida pela mesma NTC no valor de R$ 62,1 milhões. 

A Câmara de São Paulo vai gastar R$ 51,5 milhões para renovar todo o sistema de tecnologia e informática do Legislativo. O alto custo do projeto é criticado pela oposição, que é contra os gastos.

 

Isso porque na gestão passada, o Legislativo iniciou estudos para a criação de um software próprio para todas os serviços na área de tecnologia da informação –desde o funcionamento da internet à criação de um banco de dados de tudo o que é discutido na Casa.

 

Em maio, a mesa diretora da Casa, presidida por José Américo Dias, contratou por R$ 19,5 milhões a empresa NTC (Núcleo de Tecnologia e Conhecimento em Informática Ltda) para renovação da licença de produtos da companhia Oracle, adquirida em gestões passadas.

 

No último dia 24 de outubro, outra licitação foi vencida pela mesma NTC no valor de R$ 62,1 milhões. Porém, segundo a presidência apenas a primeira etapa do projeto será levada adiante, ao custo de R$ 32 milhões. Com isso, o total de gastos será de R$ 51,5 milhões.

 

A NTC concorreu com duas outras empresas. No primeiro contrato, com a Memora e, no segundo, com a G&P, vencendo as duas.

Daqui a cinco anos, a licença terá que ser renovada, o que acarretará novos gastos.

 

Até lá, diz a Câmara, não haverá mais despesas além das previstas nas duas licitações.

 

De acordo com a mesa diretora da Casa, a contratação ocorreu após a finalização de um “Plano Diretor de Informática”, que constatou necessidade de atualizaçãos dos sistemas em 50 departamentos administrativos.

 

O novo sistema será usado para criar um banco de dados que será colocado à disposição do público no portal do Legislastivo. Também haverá um sistema para monitorar as redes sociais. Embora parte desses serviços já exista, diz a presidência, que há falhas.

 

“O Centro de Tecnologia da Informação (CTI) avaliou, e continua avaliando para implantação posterior, os fluxos dos processos, suas deficiências, as necessidades administrativas, dos diversos setores da Casa e dos gabinetes dos vereadores”, diz a presidência.

 

BRIGA POLÍTICA

As reclamações de vereadores contrários aos gastos coincidem com a disputa pela presidência da Câmara no ano que vem. Milton Leite (DEM), que hoje compõe a base de apoio ao prefeito Fernando Haddad (PT) no Legislativo, se canditará à presidência.

 

Procurado pela Folha para comentar o projeto, ele disse que, caso seja presidente, vai rever o contrato. “Num momento em que a cidade está sem dinheiro, não concordo em gastar dinheiro com isso. Não é necessário”, disse.

 

Segundo a presidência da Câmara, os gastos serão necessários para atender as demandas de informática da Casa pelos próximos dez anos e que, a longo prazo, isso vai gerar economias.

 

“Além da redução de despesas, haverá racionalidade efetiva no uso de papel, já que teremos integração total dos programas utilizados pelos funcionários, com obrigatoriedade de cruzamento de dados”, diz em nota.

 

De acordo com a presidência, o processo de licitação seguiu todos os trâmites exigidos pela lei de licitações.

 

(Fonte: Folha SP)

Portal de Licitações