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Gaeco não economiza nos adjetivos para apontar ex-secretário como chefe do crime na Seduc

Permínio Pinto foi preso na última quarta-feira na “Operação Locus Delicti”

No pedido de prisão preventiva encaminhado à Justiça, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) fez diversas classificações ao ex-secretário de Estado de Educação, Permínio Pinto (PSDB), para lhe atribuir a chefia do esquema de cobrança de propina e fraudes em licitações na Secretaria de Estado de Educação (Seduc).

Foi citado que o ex-secretário seria o “manda-chuva” que explorava a função de agente político para coordenar ações irregulares de seus subordinados como o ex-assessor especial Fábio Frigeri e o ex-superintendente de Infraestrutura escolar, Moisés Dias, ambos presos na primeira fase da Operação Rêmora. “Permínio Pinto Filho era o Manda-Chuva do núcleo de agentes públicos, que se valia das prerrogativas do cargo público que exercia para ordenar e coordenar a atuação espúria daqueles a ele subordinados tanto no âmbito da SEDUC/MT (Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Reis e Moisés Dias da Silva) quanto na alçada da organização criminosa (Giovani Belatto Guizardi), de modo que neste momento da investigação surge o grande piloto da organização, que, detendo o pleno domínio do fato, direciona seus rumos”, diz um dos trechos.

O ex-secretário Permínio Pinto ainda foi chamado de “enxadrista” (jogador e estudioso de xadrez), pois conduzia com “maestria” o esquema de fraudes. “Da mesma forma que foi necessária a prisão dos integrantes do núcleo de agentes públicos Wander Luiz dos Reis, Fábio Frigeri e Moisés Dias da Silva e de seu respectivo operador Giovani Guizardi, a fim de evitar a continuação da solicitação e recebimento de propina em razão dos cargos públicos que ocupam, bem como para assegurar que as licitações em curso não tivessem seu caráter competitivo frustrado e que as provas das licitações maquiadas que já ocorreram não fossem adulteradas, imprescindível também é a prisão do grande chefe do núcleo de servidores, Permínio Pinto Filho para garantir que o enxadrista Permínio não continue a mover suas peças dentro da Seduc/MT para turbar, dificultar e impedir a produção de provas e para dar continuidade às atividades da organização criminosa dentro daquela Secretaria através de peças diversas daquelas que foram momentaneamente postas fora do jogo”.

Para alegar que o grupo agia para impedir a chefia de Permínio Pinto, os promotores de Justiça ainda classificam de “capangas” os servidores submissos ao ex-secretário. “Outra tática típica do impedimento da produção de prova, formulada por Perminio Pinto Filho e seus capangas e utilizada por Giovani Guizardi, foi a reunião ocorrida dentro de seu próprio veículo no estacionamento da Secretaria de Estado de Infraestrutura de Mato Grosso – Sinfra/MT, ocasião em que , com o intuito de evitar gravação ambiental de sua voz solicitando valores, “Liga o aparelho de ar-condicionado do veículo na potência máxima, produzindo barulho quase no mesmo tom das vozes, tendo nas mãos um aparelho semelhante a um gravador ou misturador de sons”.

Para sustentar a tese de que os servidores públicos presos agiam a mando do ex-secretário Permínio Pinto, os promotores de Justiça Marcos Bulhões Santos e Carlos Roberto Zarour César usam termos associativos a uma peça de teatro como “truques de mágica” e “ajudante de palco”. “Deveras, devido à alhures citada organização em camadas encontrada no núcleo de agentes públicos, Permínio Pinto Filho, Fábio Frigeri, Wander Luiz dos Rei são verdadeiros ilusionistas, eis que distraem a plateia com algo visível (exercício regular de cargos públicos) enquanto ocultamente praticam condutas ilícitas que fogem ao alcance da percepção 41 dos expectadores (auxílio à frustração do caráter competitivo das licitações sob sua regência em contrapartida a vantagens pessoais ilícitas obtidas em razão do exercício do cargo)”.

Por último, o ex-secretário Permínio Pinto ainda é classificado de “faraó” e o Gaeco aponta ser necessária a sua prisão preventiva por conta dos servos que comandaria para obstruir crimes. “De nada adiantará determinar a proibição de frequentar determinados lugares, a proibição de ter contato com determinadas pessoas ou a suspensão do exercício da função pública (que inclusive já cessou), acrescida ou não monitoramento eletrônico, já que Permínio Pinto Filho é o faraó da organização criminosa, que tem ao seu dispor servos fazem o serviço sujo na execução das atividades”.

(Fonte: Folha Max)

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