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Evidências do problema do Custo Brasil

Pacotes tópicos não resolvem a questão mais ampla da competitividade

Os manufaturados vêm perdendo posição relativa na pauta brasileira de exportações. Ano passado, os produtos básicos responderam por 72% das exportações, enquanto alguns bens industrializados chegaram a recuar, como a venda de automóveis (menos 1,2%), principal item desta pauta, e calçados (queda de 13,3%).

A indústria nacional se queixa do câmbio, mas há também diversos outros fatores que pesam negativamente na capacidade de o país concorrer hoje não só no mercado internacional, mas até internamente com importações oriundas da Ásia.

Para reconquistar espaço, o Brasil precisa pôr em prática, urgentemente, uma agenda de competitividade. Há vários estudos, de fontes confiáveis, que apontam obstáculos e gargalos que reduzem a eficiência da economia brasileira. Genericamente, esses entraves são conceituados na expressão “Custo Brasil”.

Carga tributária excessiva e inadequada (assombrosos 36% do PIB), taxas de juros em descompasso com os padrões do mercado externo, condições de crédito não tão favoráveis, legislação trabalhista esclerosada, onerosa, e burocracia são alguns desses fatores negativos sobre os quais as empresas têm pouca ou nenhuma ingerência, e dependem de políticas governamentais.

Mas há outras questões de estrutura no sistema produtivo que precisam ser observados, entre as quais a de transportes. Um exemplo objetivo é o que a própria indústria brasileira tem alegado para não conseguir competir em igualdade de condições com os concorrentes asiáticos na licitação para a compra de 60 trens suburbanos pelo Estado do Rio de Janeiro: o frete ferroviário de São Paulo para o Rio sairia mais caro do que o valor cobrado no transporte desses veículos da China para o Brasil.

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