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É preciso desprivatizar o Estado

Fornecedores seguem a mesma trilha para obter privilégios em licitações fraudulentas ou para implorar pelo pagamento de faturas em atraso. É este ambiente promíscuo que alimenta a corrupção.

Meu professor no curso de relações internacionais, o sociólogo Sérgio Diniz Nogueira, gostava de frisar a relação pessoal, patriarcal e patrimonialista que a classe política costuma demonstrar a relação ao Estado.

 

Governantes eleitos pelo voto popular se apossam da coisa pública, fazendo com que as tarefas do Estado deixem de ser obrigação para se transformar na “prestação de favores”. Na ausência da impessoalidade, surgem os símbolos de benemerência com a coisa pública e nascem os mitos detentores de popularidade.

 

Nesta relação que afronta princípios constitucionais e da boa governança, torna-se comum usuários de serviços públicos formarem filas na porta dos prefeitos e vereadores para pedir, por favor, o que lhes pertence por direito. Fornecedores seguem a mesma trilha para obter privilégios em licitações fraudulentas ou para implorar pelo pagamento de faturas em atraso. É este ambiente promíscuo que alimenta a corrupção.

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