Outra parte está guardada no canto de um porão úmido e cheio de fungos nas paredes, onde também estão estocados cerca de 6 mil animais recebidos pelo instituto e adicionados à coleção nos últimos três anos. As prateleiras estão lotadas.
“Nossas condições de alojamento são bastante precárias”, disse ao Estado o biólogo Francisco Franco, curador da coleção de répteis. Tanto que, até hoje, não foi feita uma triagem para saber de fato o que foi perdido e o que foi salvo no incêndio. “Assim que tivermos um espaço adequado, vamos fazer esse levantamento”, promete.
Sua estimativa é de que cerca de 80% da coleção de cobras tenha sido perdida. O acervo era um dos maiores do mundo, com cerca de 85 mil exemplares de centenas de espécies coletadas ao longo dos 120 anos do instituto (mais informações nesta página).
A maior parte do que foi salvo do incêndio está em um outro prédio, conhecido como “fazendinha”. O diretor substituto do Butantã, Marcelo De Franco, reconheceu que as condições não são ideais, mas disse que elas atendem às necessidades básicas de segurança para manutenção provisória do acervo.
O prédio novo, segundo ele, “está pronto”. “Queremos entrar lá em julho, no mais tardar”, disse. O projeto é da Secretaria de Estado da Saúde, à qual o Butantã é vinculado.
Segundo o diretor da Divisão de Engenharia e Arquitetura do instituto, Mauricio Meros, o projeto já foi aprovado pelo Corpo de Bombeiros, faltando só o treinamento dos brigadistas e alguns testes de comissionamento dos sistemas anti-incêndio.
Franco, o curador, está ansioso para ocupar o prédio, que é maior e muito mais moderno do que o anterior – que era, essencialmente, um galpão improvisado. “Finalmente teremos instalações adequadas para nossas coleções”, disse. Ele lamentou, porém, a demora para a inauguração. “Prometeram entregar o prédio em um ano; já passaram três.”
Segundo o diretor substituto, o atraso foi “por causa da licitação da parte de segurança” do prédio, que terá sistemas sofisticados de prevenção e combate a incêndios.
Futuro. De acordo com informações da Secretaria de Saúde, o prédio tem 1,6 mil m² e custou R$ 5,5 milhões, incluindo os equipamentos e sistemas de segurança. A área onde ficarão as coleções é totalmente isolada dos outros ambientes e o acervo ficará dividido em sete salas também isoladas umas das outras, para evitar uma perda total em caso de acidente.
Por: Herton Escobar
(Fonte: O Estado de S.Paulo)
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