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Saída de diretor da ANTT atrasa planos do governo

Recondução de Bernardo Figueiredo ao comando da agência foi rejeitada pelo Senado

O jogo político que deixou a diretoria da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) desfalcada deve prejudicar o andamento não apenas da licitação do trem-bala, como também de uma série de outros projetos tidos como prioritários pelo governo. Com a rejeição pelo Senado da recondução de Bernardo Figueiredo ao comando da agência reguladora, nenhuma decisão poderá ser tomada até que um novo diretor seja aprovado pelos parlamentares.

Se o objetivo dos senadores insatisfeitos era dar um recado político ao governo, a votação contrária também representou um golpe logístico em projetos que já se arrastavam com atraso e demonstravam que finalmente poderiam sair do papel. Decisões sobre tarifas ferroviárias e a definição do novo modelo para os ônibus interestaduais agora correm o risco de serem novamente adiados pela falta de membros no colegiado da agência.

A diretoria da ANTT é composta por cinco membros, com quórum mínimo de três deles para deliberação. Mas com a rejeição de Figueiredo no cargo, restaram apenas dois diretores: Jorge Bastos e Ivo Borges. Outro ex-diretor, Mário Rodrigues Junior, ainda espera que o Senado decida sobre a recondução, bem como o superintendente de marcos regulatórios, Hedeverton Santos, que também foi indicado à diretoria. Santos era homem de confiança de Figueiredo e trabalhou com a presidente Dilma, na Casa Civil.

Com isso, deve ser adiada a definição dos novos tetos para as tarifas ferroviárias, que de acordo com o novo marco do setor deveria acontecer ainda este mês. Também deve ser postergada a definição sobre a recuperação de trechos da malha ferroviária que estão subutilizados, justamente um dos alvos dos ataques contra Figueiredo no Senado.

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