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Prazo para prefeitura de Porto Alegre esclarecer licitação de ônibus termina hoje

Tribunal de Contas do Estado solicitou que representantes expliquem ausência de detalhes no texto do edital, lançado em setembro

 

A duas semanas da entrega de propostas pelas empresas interessadas na licitação do transporte público de Porto Alegre, a prefeitura terá de responder ao Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS) pontos que ficaram obscuros no edital lançado em setembro.

 

O conselheiro do TCE Pedro Figueiredo deu um prazo de cinco dias úteis, que termina nesta segunda-feira, para que o prefeito José Fortunati, o diretor-presidente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Vanderlei Cappellari, e o procurador-geral do município, João Batista Linck, respondam três dúvidas principais, que envolvem ausência de planilha de custos, crescimento da participação da Carris e falta da estimativa de impacto orçamentário e financeiro no edital.

 

Figueiredo diz que a prefeitura cita itens que compõem o valor da tarifa do transporte, como pneus, combustíveis, ar-condicionado, pagamento de pessoal e de manutenção, mas não detalha o custo de cada um.

 

— Isso abre precedente para a prefeitura calcular como quiser o aumento da tarifa no futuro — comenta o conselheiro.

 

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Em contrapartida, o diretor-presidente da EPTC afirma que o órgão responderá aos questionamentos do TCE e lembra que houve participação da equipe técnica do Tribunal na confecção do edital.

 

— O Tribunal de Contas acompanhou uma série de reuniões em que nós discutimos exatamente a elaboração do texto do edital. Algumas coisas que são questionadas (como o custo de cada item) não constam no edital por uma decisão de não constar, mas vamos responder ao conselheiro — diz Cappellari.

 

Após receber o retorno da prefeitura, o conselheiro poderá acatar as explicações e arquivar a diligência ou entrar com uma medida cautelar pedindo que o TCE suspenda a licitação.

 

Ao mesmo tempo em que presta esclarecimentos, a EPTC recebe duras críticas da Associação dos Transportadores de Passageiros de Porto Alegre (ATP) em relação ao edital. Em uma nota divulgada na semana passada, a entidade alega que “as regras do novo edital para a concessão do transporte coletivo na capital inviabilizarão o sistema”. Eles criticam pontos também encontrados no questionamento do TCE, como a participação da Carris.

 

Conforme a EPTC, foi estabelecida remuneração maior para a Carris, partindo do cálculo de participação nos custos de operação, que são maiores na empresa. Há ainda a crítica da ATP sobre o edital não prever a indenização para as atuais empresas que operam o sistema. Para Figueiredo, a prefeitura precisa declarar a qual área do orçamento vai recorrer caso precise, por exemplo, pagar alguma indenização trabalhista ou causa ganha por alguma concessionária.

 

A EPTC ressalta que antes da publicação do edital o município recebeu uma recomendação conjunta do Ministério Público Estadual e do Ministério Público de Contas para que não constasse no edital qualquer previsão de indenização, sob pena de anular a licitação.

(Fonte: ClicRBS)
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