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População em Manaus reforma e constrói abrigos de ônibus

Enquanto o Ministério Público Estadual do Amazonas (MPE-AM) investiga denúncias de superfaturamento em uma licitação da Secretaria Municipal 

Enquanto MPE investiga denúncias de superfaturamento em licitação da Seminf para a construção de 200 abrigos, parada de ônibus ‘particular’ foi reformada com investimento de apenas R$ 4 mil

 

Enquanto o Ministério Público Estadual do Amazonas (MPE-AM) investiga denúncias de superfaturamento em uma licitação da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminf) para a construção de 200 paradas de ônibus, um empresário da capital serve de exemplo para o poder público e para iniciativa privada ao reformar uma um abrigo na avenida Tefé, no bairro Raiz, Zona Sul. O objetivo, segundo ele, é utilizar do seu poder aquisitivo para ajudar a população que utiliza o abrigo.

 

Para fazer a reforma, o empresário Jorge Filho, 34, disse ter gastado cerca R$ 4 mil, incluindo material e mão de obra. O valor representa apenas 15 % dos R$ 26 mil que foram orçados pela construção dos abrigos de concreto da capital, segundo investiga o MPE.

 

Jorge conta que tomou a decisão de transformar o local por fatores que o incomodavam. Enquanto constrói uma nova empresa nas proximidades, dois de seus funcionários se dedicam aos acabamentos. “A minha empresa foi feita para dar lucro e é minha fonte de renda, mas eu sei que posso ajudar a população e sinto essa vontade”, explicou.

 

A estrutura antiga, ainda elaborada com telhas de barro, estava com o piso danificado e praticamente sem cobertura. Além disso, de acordo com ele, o espaço estava coberto por mato. Com uma pintura nova, uma placa de ferro indicando o ponto, azulejo na calçada e telhas novas, ele recuperou o ponto. “Eu faço o que posso. Essa não é a primeira vez que construímos uma parada de ônibus. Outra vez vimos que os nossos funcionários e outras pessoas, no Distrito Industrial, não tinham onde se abrigar e fizemos o mesmo”, lembra.

 

Quem dá forma à vontade de Jorge é o mestre de obras Clóvis Gomes, 57. Ele e outros dois funcionários fazem os acabamentos para, finalmente, entregar o trabalho completo à população. Para ele, o trabalho se torna ainda mais prazeroso ao saber que tem oportunidade de ajudar os usuários do transporte coletivo. “Estava muito feio. Todo pessoal que trabalha aqui perto ficava aí de qualquer jeito”, ressaltou Jorge.

 

Para Clóvis, se mais pessoas tomassem a mesma atitude e deixassem de esperar pelo poder público, prestariam um bom serviço à população.

 

“Não precisa fazer com muita coisa, basta tentar ajudar”, disse o mestre de obras.

 

Segundo ele, a obra pode ficar mais barata se não forem utilizadas cerâmica e telhas novas. “Nós colocamos isso porque a empresa quis, mas poderíamos só ajeitar as telhas e uma pintura que já teria ficado bom”, relatou.

 

Problema

 

A reforma e construção de abrigos na cidade são consequências da falta ou má manutenção dos pontos dedicados à espera do ônibus em Manaus. Recentemente, o A CRÍTICA mostrou que, para se abrigar, a população tem se arriscado de diversas formas.

 

Em 2013, a Superintendência Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) anunciou a construção de 200 espaços de concreto pré-moldado para a população, com um investimento de R$ 5,3 milhões. No entanto, quase dois anos após a liberação da verba, apenas 72 construções foram finalizadas.

 

Enquanto no ano passado a SMTU contabilizava 3,4 mil paradas de ônibus sinalizadas apenas com placas de zinco, a promotora Neide Regina Trindade, da 13ª Promotoria de Justiça da Fazenda Pública Municipal do Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) investigar o contrato firmado entre a Seminf e a J. Nasser Engenharia LTDA, empresa que ganhou a licitação para erguer os 200 novos pontos.

 

Destaque

 

A reforma e construção de abrigos na cidade é consequência da falta ou má manutenção dos pontos dedicados à espera do ônibus em Manaus. Recentemente, o A CRÍTICA mostrou que, para se abrigar, a população tem se arriscado de diversas formas, improvisando pontos de parada.

 

(Fonte: A Critica)

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