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Polícia Militar do DF já destinou R$ 4 mi em licitação para renovar estoque de armas não letais

Depois das manifestações violentas e depredações na Esplanada dos Ministérios, o governo de Brasília se prepara para enfrentar os protestos de 2017. A Polícia Militar prevê o gasto de mais de R$ 4 milhões reabastecer o estoque de armas não letais. Uma licitação está aberta para a aquisição de spray de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha. E outros R$ 162 mil foram destinados para a compra de 12 cães da raça pastor malinois – uma cachorro que consegue trabalhar até dez horas seguidas. A preocupação é com a previsão de mais um ano de manifestações contra assuntos polêmicos que vão tramitar no Congresso, como a reforma trabalhista e a da previdência. O diretor de comunicação social da PM, Capitão Maurício Herbert, explicou que os cãos são usados em várias situações, de monitoramente de rua até busca por drogas. E que as armas leves só serão acionadas depois que forem esgotadas as tentativas de negociação com os manifestantes.

“A gente utiliza a doutrina do uso seletivo da força. Esse equipamento ele vai ser utilizado conforme a necessidade. Logicamente que o primeiro passo é a gente conseguir debelar aquela ação hostil através da verbalização, da negociação, pra que não tenha nenhum tipo de confrontamento.”

Os dois últimos protestos em Brasília resultaram em violência e depredações. Em seis de dezembro, durante um ato contra as alterações no currículo do ensino médio em frente ao Congresso Nacional, manifestantes mascarados atearam fogo em carros e banheiros químicos, quebraram vidros de nove ministérios e de paradas de ônibus, picharam muros e arrancaram placas de sinalização de trânsito. Uma semana depois, no dia 13, durante um ato contra a lei que limita os gastos públicos, as cenas se repetiram. Um grupo de manifestantes queimou um ônibus, pichou prédios públicos, estourou vidros de agências bancárias e danificou vários carros de uma concessionária. Nas duas ocasiões, a Polícia Militar usou seu arsenal de spray de pimenta, bombas de efeito moral e balas de borracha e acabou com os atos. O representante da União Nacional dos Estudantes do DF, Matheus Barroso, disse que a grande maioria participa dos atos de forma pacífica e acusa a PM de agir de forma indiscriminada.

“Ele não vai se tornar um ato não pacífico por conta de um grupo de 15 ou 20 pessoas que atacam, fazem algumas ações mais radicais e deixam o ato mais violento. O que de fato define é se a maioria ou não adota uma postura mais radical. E a polícia não deveria ter feito, essa foi a nossa defesa, de que não deveria ter tido por parte desse excesso da polícia justamente porque foi um grupo minoritário e acabou que isso desencadeou uma violência desproporcional para com aqueles que estavam na manifestação.”

A Secretária de Segurança do Distrito Federal, Márcia de Alencar, disse que tentará atender a demanda dos movimentos sociais em 2017. Mas ressaltou que os coordenadores dos atos também precisam colaborar, tendo controle sobre os manifestantes e não se deixando confundir com vândalos.

“Nós temos várias técnicas que podemos utilizar, no entanto, o elemento central do ponto de vista dos organizadores das manifestações é ele ter controle sobre seus manifestantes. Eles precisam ter um maior controle sobre o grupo que eles lideram, por um lado. E por outro lado eles não podem deixar ser confundidos com vândalos.”

Para aproximar a polícia dos movimentos sociais o Governo do Distrito Federal reativou um Comitê Pacificador. Além do governador Rodrigo Rollemberg, da Secretária de Segurança e do Comandante da PM, participam do grupo representantes da Central Unica dos Trabalhadores, União Nacional dos Estudantes e União dos Estudantes Secundaristas e Movimento dos Trabalhadores sem Terra. A ideia é que esses interlocutores se reúnam sempre antes e depois de cada manifestação.

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