Categories: Notícias

Plano de metas ‘enxuto’ é proteção de Haddad contra críticas, diz pesquisadora

 

“A experiência internacional mostra que é melhor ter menos metas, porque assim o governo foca nas políticas públicas mais importantes. Ter boas políticas públicas não quer dizer atacar para todos os lados”, diz Fernando Abrucio, coordenador do curso de administração pública da Fundação Getúlio Vargas.

 

Para ele, a diminuição da quantidade de metas segue o exemplo do que ocorreu em países como Canadá e Suécia, que adotam planos de metas e, com o tempo, diminuíram a quantidade delas.

 

Planos mais “enxutos”, na opinião de Abrucio, facilitam o controle social. “Um dos motivos para se formular metas é tornar o governo mais inteligível para o cidadão.”

 

Já para Elizabeth Balbachevsky, vice-diretora do Núcleo de Pesquisa sobre Políticas Públicas da USP, o cumprimento das metas, muitas vezes, depende de processos que estão fora do controle da prefeitura, como, por exemplo, paralisações judiciais de processos de licitação por causa de contestações.

 

“As metas acabam criando uma falsa sensação de mau governo. Nenhum governo pode ter qualquer certeza de que essas metas podem ser cumpridas”, afirma.

 

Por isso, ela avalia a redução como um “movimento defensivo” contra cobranças.

 

“Evidentemente que o que Haddad quer fazer é evitar que, daqui a quatro anos, seja cobrado da mesma forma que ele cobrou Kassab”, diz.

 

“Ele sabe que metas muito ambiciosas são certeza de que será cobrado por não ter conseguido fazer o que prometeu.” Ela afirma, no entanto, que o importante é observar a qualidade do plano.

 

Já para Maurício Broinizi, coordenador da Rede Nossa São Paulo, ONG que faz o monitoramento das metas desde a gestão Kassab, o plano anunciado por Haddad condensa em uma única meta mais de um compromisso.

 

“Para Kassab, cada hospital prometido era uma meta. Para Haddad, todos estão colocados em uma só meta.”

 

(FOnte: Folha SP)

Page: 1 2

Portal de Licitações