Cartel funcionou entre 1998 e 2008, durante vários governos do PSDB. Esquema provocou um rombo de R$ 834 milhões aos cofres públicos.
Já está nas mãos da Justiça o inquérito em que a Polícia Federal acusa executivos de empresas e funcionários públicos de atuarem em um cartel, em licitações dos trens de São Paulo, durante governos do PSDB.
O relatório da investigação da Polícia Federal apontou 33 pessoas como participantes de um esquema que provocou um rombo de R$ 834 milhões aos cofres públicos.
Segundo a investigação, o cartel funcionou entre 1998 e 2008, nos governos de Mário Covas, Geraldo Alckmin e José Serra, todos do PSDB.
Entre os indiciados estão: Adilson Primo, ex-presidente da Siemens; Ramon Fondevilla, na época do cartel, diretor-geral de transporte da Alstom; Agenor Marinho Contente, então presidente da Caf; Masao Suzuki, ex-vice-presidente da Mitsui; Mássimo Gianvina Bianchi, presidente da TTrans; e Serge van Temsche, ex-presidente da Bombardier.
Também foram indiciados dirigentes e ex-dirigentes da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos). Entre eles estão João Roberto Zaniboni e Ademir Venâncio de Araújo, que tinham contas milionárias na Suíça (ambos foram diretores da CPTM durante os governos de Mário Covas e Geraldo Alckmin); José Luiz Lavorente, que está na companhia desde 1999 e atuou nos governos Covas, Alckmin e Serra e atualmente é diretor de operações da CPTM; também foi indiciado Mário Manuel Bandeira, que hoje, no governo Alckmin, é o presidente da CPTM.
Na lista está ainda Arthur Gomes Teixeira, da consultoria Procint, acusado de fazer a intermediação do pagamento da propina entre as empresas e os funcionários públicos.
A Polícia Federal diz que era um jogo de cartas marcadas. As empresas não só superfaturavam em até 30% o preço das obras e dos trens como combinavam quem faria a proposta vencedora de determinada licitação.
Pelo acordo, quem vencia a licitação, subcontratava as perdedoras. Para o esquema funcionar, as empresas pagavam propina a funcionários públicos. Segundo a Polícia Federal, lobistas intermediavam os pagamentos.
O PSDB de São Paulo declarou que é favorável às investigações e que espera que elas sejam estendidas aos contratos de outros estados e do governo federal.
A empresa Caf não comentou o indiciamento. A Alstom afirmou que o inquérito é sigiloso e que, portanto, não pode se manifestar. A Bombardier e a Mitsui declararam que estão colaborando com as investigações. A Siemens afirmou que foi ela que compartilhou, com as autoridades, os resultados de sua auditoria interna, que deram origem às investigações e que sempre apoiou o total esclarecimento do caso.
A CPTM informou que também está colaborando e que os diretores mencionados no relatório final da Polícia Federal negam qualquer prática irregular. O advogado de Arthur Teixeira, da empresa Procint, afirmou que o indiciamento não tem nenhum fundamento. Mássimo Bianchi, da TTrans, refutou as acusações e disse que está à disposição das autoridades para dar esclarecimentos.
(Fonte: G1)
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