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Obras no aeroporto Salgado Filho voltam a ser paralisadas

A origem dos problemas é a dificuldade financeira da catarinense Espaço Aberto, empreiteira que venceu a licitação para tocar o projeto.

 

É a quarta greve em oito meses em empreiteira. Para retornar ao trabalho, funcionários exigem garantias de que acordo será cumprido

 

As obras de ampliação do terminal de passageiros do aeroporto Salgado Filho passam por mais um contratempo. Descontentes com atrasos nos pagamentos, condições de segurança no local e queixas quanto à alimentação oferecida pela empreiteira responsável, os operários cruzaram os braços na segunda-feira.

 

É a quarta paralisação dos funcionários que trabalham na obra desde o início da ampliação, em setembro de 2013. A origem dos problemas é a dificuldade financeira da catarinense Espaço Aberto, empreiteira que venceu a licitação para tocar o projeto.

 

A lentidão leva a Infraero a avaliar a rescisão do contrato com a construtora, também envolvida em uma série de atrasos em outros projetos em Santa Catarina.

 

Na tentativa de solucionar o impasse, representantes da empresa e do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Pesada do Rio Grande do Sul se reuniram nesta quarta-feira à noite, mas não houve acordo. Conforme o presidente da entidade, Isabelino dos Santos, o principal impasse está em uma cláusula de garantia exigida pelos operários, que estabelece multa à empresa, no valor de um salário para cada trabalhador, em caso de descumprimento do acordo.

 

– O resultado (da reunião) não foi nada bom. A greve continua. É a quarta paralisação em um espaço de oito meses, por isso queremos a garantia de que esse acordo não será descumprido como os anteriores – afirmou Santos.

 

Conforme o sindicalista, só 60 operários trabalham na obra, e a maior parte da equipe seria de contratados de uma terceirizada.

 

Segundo a Infraero, ainda não há decisão sobre a possibilidade de rescindir o contrato com a Espaço Aberto. No dia 15 de julho, técnicos da estatal fizeram vistoria no local para verificar se as obras andavam de acordo com o prometido pela empreiteira ou se havia novos atrasos. A intenção da Infraero era tomar uma decisão até o final do mês, mas a Espaço Aberto fez uma nova proposta.

 

A ideia é fazer com que a construtora paranaense Damiani entre como uma espécie de sócia. Capitalizada, essa nova empreiteira poderia garantir que os problemas de pagamentos e lentidão na obra seriam resolvidos. A Infraero, agora, analisa se essa possibilidade seria possível à luz da legislação que rege as licitações.

 

Contrato sob risco

 

A Construtora Espaço Aberto, de Santa Catarina, venceu a licitação para as obras de ampliação do terminal de passageiros do Aeroporto Salgado Filho em agosto do ano passado pela modalidade de menor preço.

 

A ordem de serviço saiu em setembro. O valor do contrato foi de R$ 181,19 milhões.

 

A previsão era que a primeira fase ficasse pronta em maio, antes da Copa, o que não ocorreu devido ao atraso nas obras por causa das dificuldades financeiras da empresa e de greve dos funcionários por salários atrasados.

 

O cronograma original previa o fim da obra em janeiro de 2016, mas a Infraero chegou a informar novo prazo para outubro de 2016.

 

Devido aos atrasos, a Infraero multou a Espaço Aberto. Foram retidos R$ 161,7 mil dos pagamentos à construtora.

 

Salários atrasados, FGTS não depositado e falhas de segurança na obra e outros colocaram a empresa na mira do Ministério do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho.

 

Com os sucessivos atrasos no cronograma, a Infraero decidiu avaliar a possibilidade de rescisão do contrato.

 

(Fonte: ClicRBS)

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