Categories: Notícias

MP encontra irregularidades em licitação de procedimento para cardíacos

A crise na Saúde ganhou outro agravante. Desta vez, a Justiça determinou o bloqueio de quase R$ 8,4 milhões dos bens de envolvidos em licitação irregular para procedimento em pacientes cardíacos na secretaria. No total, 15 pessoas, físicas e jurídicas, teriam participado do esquema. A decisão liminar foi obtida pela Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde (Prosus).

O contrato e os pagamentos relativos ao serviço também foram suspensos, com multa diária de R$ 5 mil, no caso de descumprimento. O procedimento é indicado para pacientes com arritmia cardíaca que não respondem a terapias convencionais.

O exame é de alto custo, cerca de R$ 34 mil por enfermo, e, ainda assim, a pasta não teria justificado a opção pelo método, embora existam tratamentos mais econômicos no Hospital de Base.

Para a promotora de Justiça Marisa Isar, essa é mais uma tentativa de terceirizar a saúde pública no DF utilizando como justificativa o sucateamento da rede, que neste caso, pode ser proposital. “Se fossem adquiridos os insumos, esse serviço poderia ser prestado pela rede pública”, afirma.

Denúncia

Segundo o Ministério Público, há indícios de que a licitação teria sido direcionada para beneficiar o Instituto Brasília de Arritmia Cardíaca (IBAC), que não teria condições de realizar o serviço. Não por acaso, a única proposta foi a do instituto, que venceu por falta de concorrentes. Após a contratação, o IBAC terceirizou o serviço para o Centro de Treinamento Cardiovascular (CTCV).

Entre as irregularidades encontradas pela Prosus, a mais grave refere-se ao fato de cinco médicos da secretaria que trabalhavam diretamente com a seleção de pacientes que seriam submetidos ao exame serem sócios do IBAC e do CTCV. Na prática, os profissionais prescreviam os exames em hospitais da rede pública, mas encaminhavam os pacientes para as clínicas nas quais atuavam.

Além disso, o atestado de capacidade técnica apresentado pelo IBAC se referia a um tipo de procedimento diferente do contratado. O IBAC também não possui licença da Vigilância Sanitária para realizar procedimentos invasivos.

Saiba mais

O contrato foi assinado em março de 2013 pelo valor anual de R$ 5 milhões e renovado sem nova licitação duas vezes. Portanto, durante todo o ano passado, inclusive, na gestão do ex-secretário de Saúde Fábio Gondim, o esquema estava a pleno vapor.
Procurado pelo JBr., Gondim afirmou “não ter ideia do assunto” e preferiu não se posicionar sobre a reportagem. “Não sou mais secretário, não tenho o que falar. Na época da renovação do contrato eu não tinha assumido ainda”, disse.

(Fonte: Jornal De Brasilia)

Portal de Licitações

Recent Posts

Correndo risco de serem despejados, donos de pit dogs se mobilizam contra licitação do MP-GO

Tribunal de Justiça irá julgar a Ação Civil Pública nesta terça-feira, 24. Decisão pode manter…

16 horas ago

Tribunal de Contas determina que Rio Bonito do Iguaçu deve ajustar conceito de obra pública em edital para futuras licitações

Município deve seguir regras mais rigorosas O Pleno do Tribunal de Contas do Estado do…

16 horas ago

Em meio a queimadas, Câmara aprova projeto que facilita licitações durante estado de calamidade

Proposta facilita contratações de serviços e compras emergenciais para momentos de calamidade pública. Texto vai…

2 dias ago