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Moradores reclamam de novos deslizamentos após chuvas em cemitério desativado no Ceará

Licitação para realizar obras no local já foi feita pela prefeitura. As intervenções devem durar pelo menos 120 dias.

O solo do cemitério antigo localizado próximo à praia de Canoa Quebrada, na cidade de Aracati, no litoral do Ceará, sofreu deslizamentos com as fortes chuvas registradas na região no início de 2020. Nas últimas semanas, após grande volume de chuvas, moradores temem que o mesmo aconteça novamente.

Em janeiro, ossadas ficaram expostas com a erosão sofrida pela areia do local. De acordo com a Prefeitura, um plano de drenagem já está em andamento.

Segundo o secretário da Infraestrutura de Aracati, Marcos Cavalcante de Souza, o processo licitatório para obras na região do cemitério já foi finalizado. Nas próximas semanas, ele afirma que a prefeitura deve contratar a empresa ganhadora e dar ordem de serviço. Serão feitas drenagens e um muro de contenção. Além disso, quatro caixas de captação de água devem ser construídas no local. A licitação tinha preço estimado de cerca de R$ 400 mil.

Devido aos deslizamentos, corpos acabavam sendo desenterrados. Na semana passada, a Prefeitura chegou a receber uma denúncia de que haviam ossadas expostas novamente. Após visita, foi constatado que não existiam corpos à vista, de acordo com o secretário. Para cada movimentação no local, é preciso pedir autorização junto à Polícia Civil e ao Instituto Médico Legal (IML) para mover corpos até o cemitério ativo da cidade.

“Como é um caso especial, vamos pedir celeridade da empresa”, diz Marcos. Segundo ele, são previstos 120 dias de obras.

Histórico de deslizamentos
O bugueiro Adolfo Alves acompanha o caso há anos e afirma que o problema é antigo. “Faz tempo que está assim. Toda chuva que dá, só piora”, relembra. Ele lamenta que o equipamento, conhecido por homenagear personalidades de Canoa, não esteja recebendo atenção das autoridades.

“Muita gente importante está ali. Meu avô, Adolfo Alves, foi pioneiro no turismo aqui e está enterrado no cemitério antigo. Se der mais uma chuva, é capaz de alcançar a catacumba dele”, conta. Ainda para Adolfo, a drenagem da região precisa ser refeita para evitar que a erosão avance ainda mais. “Se não mudar, já já alcança mais na frente e aí cai todas as catacumbas”, avisa.

A comissão responsável pela obra na região do cemitério velho, criada em janeiro, deve continuar trabalhando para resolver problemas que assolam outras falésias do município, de acordo com Marcos. Formado por secretários da Infraestrutura, Meio Ambiente, Turismo e por especialistas na área da construção civil e ambiental, o grupo também já se empenhou nas obras de um segundo local, que já tem licitação em fase final de processamento. Neste caso, também em Canoa Quebrada, a passagem está impossibilitada devido a erosão.

Outros dois locais também estão sendo estudados para receberem obras. No entanto, segundo Marcos, existem dificuldades, como a estrutura das falésias ou proximidade de pousadas, que impedem a entrada de máquinas e pessoas para trabalhar na área. Uma dessas obras é da passarela de Canoa Quebrada, que em 2019 teve a remoção solicitada pelo Ministério Público devido ao risco de ruína.

(Fonte: G1 – Ceará)

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