Lote norte será às 9h e lote sul às 11h na Divisão de Licitação da Prefeitura de Marilia
Após dois meses do início do processo de licitação do transporte coletivo, no dia 12 de setembro, a segunda fase que engloba a abertura dos envelopes das propostas comerciais será realizada hoje. Lote norte acontece às 9h e região sul às 11h, na divisão de licitação.
Após o julgamento dos recursos e contrarrazões das onze empresas concorrentes à licitação, apenas cinco foram habilitadas e permanecem na disputa. Ao todo estavam inscritas oito para o lote norte e nove para o sul, sendo seis delas integrantes dos dois lotes.
Para concessão do lote norte (1) participarão da abertura as empresas Sertran, Expresso Vale do Sol Botucatu e Auto Viação Santo Antonio.
O diretor administrativo da empresa, Auto Viação Santo Antonio, Wilson Gulim acredita que a empresa possui grandes chances de vitória, pois durante os últimos oito meses foi feita análise minuciosa para atender as necessidades do edital e da cidade.
A empresa Auto Viação Santo Antonio já possui experiência no ramo, pois realiza o trabalho em Curitiba há 50 anos, onde o preço da passagem é de R$ 2,50. A cidade possui 1,5 milhão de habitantes.
No lote sul (2) apenas duas continuam habilitadas, Empresa de Auto Ônibus Botucatu e Auto Viação Marechal.
Segundo o gerente comercial da empresa Auto Ônibus Botucatu, Henry Paulo de Oliveira, a expectativa da empresa é vencer a concorrência. Ele afirma que foi analisada e será sugerida uma boa proposta para garantir a concessão.
A empresa Auto Ônibus Botucatu realiza os serviços de transporte coletivo há 20 anos em Botucatu onde a tarifa é de R$ 2,35. A cidade tem aproximadamente 120 mil habitantes, praticamente metade de Marília e também é atendida por uma única empresa de transporte.
Segundo edital, o preço máximo que pode ser sugerido hoje para a passagem a partir de 2012 será de R$ 2,85, mas esse valor é o teto e a concorrência deve baixar. Após finalizado a licitação as vencedoras terão o prazo de 180 dias estipulado no edital pelo Tribunal de Contas Estadual para iniciar os serviços.
A empresa Circular não entrou na licitação e as outras duas ligadas ao mesmo grupo – São Dimas e São Pedro, ambas de Belo Horizonte – foram excluídas da concorrência.
Lotação e demora são principais críticas à Circular
A estudante Sueli Beliski, 31, tem uma rotina diária desgastante. No final da tarde ela aguarda meia hora no terminal urbano para voltar para casa no bairro Nova Marília, zona sul da cidade. Isso depois de caminhar 20 minutos da Etec Antonio Devisate onde estuda até o ponto. Ao todo a estudante gasta uma hora e meia para concluir o trajeto.
“Todo dia o ônibus está nessa situação, lotado, muitas vezes tenho que esperar dois ônibus para conseguir entrar, isso quando não quebra”, fala.
Este é apenas um dos desabafos que a reportagem do Jornal Diário ouviu ao acompanhar o trajeto de passageiros do terminal até os apartamentos do CDHU em um dos horários de pico às 18h.
Lotação e demora nos ônibus foram os problema mais apontados por passageiros da da Circular. A vendedora, Luciana Aparecida dos Santos, 23, realizava o trajeto em pé num ônibus ocupado por 50 pessoas. Luciana relata que a situação piorou depois que retirarem oito veículos que faziam a linha do trecho Terminal-CDHU no período da noite e manhã. “Sempre tenho que esperar cerca de 40 minutos para passar ônibus. A lotação aumentou, não tem carro suficiente”, disse.
Para quem precisa se deslocar entre bairros da cidade e realizar a baldeação no terminal, a espera também é grande.
A doméstica Tatiana Pereira, 23, trabalha no bairro Parati, zona sul e reside no distrito de Padre Nóbrega. Para cumprir o percurso ela demora mais de uma hora.
O trajeto feito pela estudante Letícia Mattos, 17, é ainda maior. Letícia trabalha no bairro Esmeralda, onde passam pucos ônibus. Normalmente ela espera 40 minutos para conseguir condução até o terminal. Lá pega ônibus para ir até a escola Fundação Bradesco no Parque das Nações, zona norte da cidade.
A estudante perde por noite uma hora e meia para finalizar seu percurso. “De manhã demoro 50 minutos para ir do bairro Janio Quadros até o Esmeralda. A noite para estudar é a mesma rotina”, comenta.
Passageiro gasta 30% do salário com transporte
Enquanto a licitação do transporte não é concluída mantendo o monopólio de mais de 20 anos da empresa Circular, usuários sofrem com uma das tarifas de passagens mais altas da região.
O preço da passagem fixado hoje em R$ 2,30 é superior ao de cidades com maior número de habitantes como Bauru e São José do Rio Preto, que possuem tarifas de R$ 2,10 e R$ 2,25 respectivamente.
Rio Preto, por exemplo, tem duas empresas que prestam o serviço na cidade.
A auxiliar de limpeza, Lucélia de Souza, 52, utiliza transporte coletivo diariamente. Cerca de 30% do salário mínimo R$545, que ela recebe é destinado para o transporte. “Esse monopólio precisa acabar tendo concorrência diminui o preço, pois o gasto que tenho é absurdo”, disse.
A vendedora Dulce Melo, 37, ganha R$ 700 e afirma que gasta R$ 140 em transporte. “Se tivesse qualidade o preço seria justo, mas convivemos com ônibus lotado e falta de veículos. Isso é um absurdo”, disse.
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