O governo ainda não conseguiu fazer deslanchar o investimento público. Nos dois primeiros meses deste ano, os investimentos da União atingiram R$ 3,6 bilhões
O governo ainda não conseguiu fazer deslanchar o investimento público. Nos dois primeiros meses deste ano, os investimentos da União (Executivo, Judiciário e Legislativo) atingiram R$ 3,6 bilhões, dos quais 41,7% relativos ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O montante total desembolsado é R$ 1,1 bilhão menor do que o pago no mesmo período de 2011, quando R$ 4,7 bilhões foram aplicados. Os números vão à contramão das previsões estabelecidas pelo governo. (veja tabela)
Segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o gasto nobre será prioridade este ano. “O investimento vai ser privilegiado em 2012. No ano passado, nós liberamos um volume grande e estamos com praticamente R$ 40 bilhões para que estados implementem projetos de investimentos que vão se somar aos projetos do governo federal. Então, há uma sinergia entre os investimentos nos estados e aquilo que o governo federal está fazendo”, disse o ministro.
A afirmação foi dada depois de um ano em que, dentre todos os grupos de despesas da União (Executivo, Judiciário e Legislativo) só o investimento caiu. As aplicações em obras e equipamentos foram reduzidas de R$ 44,7 bilhões em 2010 para R$ 41,9 bilhões no exercício passado. Neste sentido, vale ressaltar, que os “restos a pagar” (compromissos assumidos em gestões anteriores, mas não quitados no exercício) inscritos no início de 2012, somaram R$ 57,1 bilhões. (veja tabela)
Segundo o economista e professor da PUC-Rio, Rogério Werneck, em artigo publicado na última sexta-feira (2) no jornal O Globo, nos últimos anos, o governo não encontrou dificuldade para expandir em muito seus gastos correntes. Aumentar o investimento público, no entanto, continua sendo muito difícil. “Não se trata apenas de evitar que a expansão tão fácil dos gastos correntes acabe por inviabilizar o aumento dos investimentos. Trata-se também, e principalmente, de conseguir fazer o investimento acontecer, quando o financiamento está plenamente garantido”, afirmou.