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Governo vai subsidiar parte do valor da tarifa das barcas

Privatizaram os lucros e querem estatizar os prejuízos. Apesar de problemas como frota velha e críticas dos usuários, a Barcas S/A tem navegado em águas abrigadas em 13 anos de operação.

Privatizaram os lucros e querem estatizar os prejuízos. Apesar de problemas como frota velha e críticas dos usuários, a Barcas S/A tem navegado em águas abrigadas em 13 anos de operação. Este ano, a companhia — que só comprou sete embarcações das 20 que opera — obteve isenção de ICMS, o que representa uma renúncia fiscal de R$ 3 milhões ao ano, cancelou as travessias de madrugada alegando prejuízios e conseguiu o compromisso de que o governo estadual vai pagar R$ 350 milhões por sete novos barcos, o que, por contrato, seria uma obrigação da concessionária. Nesta quarta-feira, a Barcas S/A teve outra boa notícia: para o reajuste da tarifa autorizado a partir de janeiro de 2012 não pesar tanto no bolso do usuário, o estado vai subsidiar parte da passagem, o que pode representar um gasto anual de mais R$ 30 milhões para os cofres públicos.

A decisão foi anunciada nesta quarta-feira pelo secretário da Casa Civil, Régis Fichtner. O estado deve desembolsar cerca de R$ 1,30 para complementar a tarifa. A previsão é que a passagem Rio-Niterói, que hoje custa R$ 2,80, seja reajustada para R$ 4,40, um aumento de 57,14%. Com o aporte de recursos públicos, os passageiros deverão pagar como valor final parte do reajuste: R$ 3,10 (ou 10,71%).

O secretário disse ainda que a ajuda financeira vai ocorrer independentemente da venda da Barcas S/A para o grupo CCR, que administra a Ponte Rio-Niterói.

— O que adianta o estado ter um concessionário que está com prejuízo? Ele precisa estar bem para prestar serviço com qualidade ao passageiro — argumentou Fichtner.

O estado calcula que este subsídio provocará um impacto menor em seu orçamento anual: R$ 24 milhões. Mas, a se considerar apenas as cerca de 90 mil viagens diárias entre Rio e Niterói, o valor pode superar os R$ 30 milhões — isso, sem contabilizar as viagens feitas nos fins de semana. A ajuda financeira sairia de verba da Secretaria estadual de Transportes e, de acordo com Fichtner, seria temporária até que a Barcas S/A recuperasse seu equilíbrio financeiro.

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