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Empresas conseguem reduzir nº de exigências

Abrigos não darão informações sobre o trânsito e relógios poderão mudar de visual; para líder do PT, uso de pontos fará SP parecer ‘árvore de natal’

 

O lobby do mercado publicitário na discussão do mobiliário urbano resultou em mudanças no projeto exigidas tanto pelas agências estrangeiras quanto pelas nacionais, segundo vereadores e líderes de bancadas. Os 16 mil novos abrigos que devem ser adquiridos pelo concessionário dos pontos de ônibus não vão precisar, por exemplo, ter painéis eletrônicos com informações sobre o trânsito. Essa obrigação vale apenas para os 7 mil abrigos que já existem na cidade, a maior parte hoje degradada.

O líder de governo, Roberto Trípoli (PV), admitiu que houve uma pressão do mercado sobre o Legislativo. “Há grupos espanhóis e franceses ansiosos há uns dois anos por essa concorrência. É obvio que existe uma pressão pela autorização da Câmara. Nós vamos só dar uma permissão já prevista na Lei Cidade Limpa e cujas regras serão fixadas pelo prefeito na sanção”, justificou Trípoli. Segundo ele, a autorização para “estações de embarque e desembarque” engloba os 28 terminais do transporte coletivo da capital, como os Terminais Bandeiras e Parque D. Pedro II, ambos na região central.

A proposta do mobiliário foi apresentada em 2007. Mas só três anos depois, em fevereiro de 2010, o texto chegou à Câmara Municipal. Em maio, foi aprovado em primeira votação. Na sequência, o vereador Roberto Trípoli chegou a retirar o projeto três vezes da pauta de votações. Mas, à época, negou ter sofrido pressão do Executivo para segurar a proposta. Gilberto Kassab também negou qualquer pedido nesse sentido.

Investimento. Não existe ainda no projeto aprovado ontem qualquer artigo que direcione para investimentos específicos os R$ 2 bilhões previstos para serem obtidos pela concessão. Em 2008, porém, Kassab chegou a afirmar que o projeto bancaria o soterramento da fiação aérea de ruas da capital. “É importante que, na regulamentação, o governo crie dispositivos para demarcar investimentos em áreas sociais com essa verba”, ressaltou o líder do PSDB, Floriano Pesaro, que votou de forma favorável ao substitutivo.

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