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Donos de food trucks boicotam licitação de espaços públicos em Curitiba


Membros da Associação Paranaense de Food Trucks (APFT) alegam que a Prefeitura não acatou as demandas da categoria. O edital teve proposta de apenas um participante

Um boicote promovido pela Associação Paranaense de Food Trucks (APFT) fez com que a licitação, que estabelece locais públicos e horários de circulação dos food trucks em Curitiba, fosse praticamente deserta nesta segunda (11), quando foi realizada a abertura dos envelopes com as ofertas dos empresários do setor. Dos cerca de 160 food trucks estimados atualmente em Curitiba, apenas um, o Bom Strudell, participou do edital lançado pela Prefeitura, lançado em 9 de junho.

A decisão de não participar da licitação foi tomada depois que a Prefeitura não acatou as demandas que os empresários apresentaram no fim de junho. Entre alguns pontos está a distância mínima que um truck pode ficar de bares e restaurantes, além das altas taxas mensais, segundo a associação, cobradas pelo órgão público municipal.

“Era de se esperar. Pedimos a todos os associados que não participassem”, diz Antônio Tanaka, vice-presidente da APFT, que conta com cerca de 40 associados. “A Prefeitura constatou hoje [segunda-feira] o que a associação vem falando há seis meses. Agora vamos tentar conversar com o prefeito [Gustavo Fruet — PDT] para ver se ele intercede junto com a Secretaria [de Urbanismo] para que a coisa entre no caminho correto”, explica o representante da entidade.

A Prefeitura, por meio da assessoria de imprensa, não quis comentar e informou que divulgará o resultado da licitação nesta quarta (13), tempo necessário para avaliar a candidatura do único interessado. Caso o Bom Strudell receba o aval do poder público, será o único food trucks a circular por Curitiba. O edital vale por um ano.

“Eu não sabia do boicote”, diz Eloisa Carraro, sócia-proprietária do Bom Strudell e que não é associada. “Acredito que muitos empresários não participaram porque não tinham a documentação em ordem. Eu tive um investimento alto para montar o food truck e deixá-lo parado, ainda mais nesta situação de crise econômica, é um prejuízo maior”, explica. Reportagem do Bom Gourmet, publicada em junho, dava conta que apenas 11 food trucks tinham alvará para servir comida: o Bom Strudell era um deles.

Eloisa Carraro apresentou uma oferta de R$ 700 para o lote 52B (cujo lance mínimo era de R$ 669,20). O lote permite que o food truck estacione na Praça São Paulo da Cruz, no Cabral, e no Parque Barigui por um valor mensal de R$ 1.003,80.

Pontos polêmicos

O edital estabeleceu 20 locais públicos, entre praças e parques, por um total de 71 vagas, ou seja, cada ponto poderia receber mais de um caminhão de comida. Mas os pontos escolhidos pela Prefeitura sempre foram criticados pela APFT pela “baixa circulação de pessoas” e “falta de infraestrutura e segurança”.

Os truckeiros dizem ainda que as taxas cobradas pelo poder público seriam muito altas, o que “inviabilizaria a venda de alimentos a preços acessíveis”. Para protestar contra a licitação, os donos de food trucks realizaram em junho uma carreata e um buzinaço em frente à Prefeitura e entraram com pedido de impugnação do edital, que na semana passada foi negado pelo poder público.

(Fonte: Gazeta do Povo)

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