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Diretor-geral do Cern acusa Brasil de lentidão

Convidado a integrar o principal centro de pesquisas físicas no mundo, País assinou carta de intenções, mas processo está parado na Câmara

“Vocês são muito lentos.” A cobrança é do diretor-geral do Centro Europeu para a Pesquisa Nuclear (Cern), Rolf Heuer, ao ser questionado pelo Estado quando é que o Brasil concluiria sua adesão ao principal centro de pesquisas físicas do mundo. “Não consigo entender o que ocorre com o Brasil. Nós estamos prontos para aceitar o País. Mas são eles (autoridades) que não se movem”, insistiu Heuer.

Em 2010, o Brasil assinou uma carta de intenções que deu início formal ao processo de adesão do País ao Cern, responsável pelo LHC, o maior acelerador de partículas do mundo. O Cern estipulou que o Brasil terá de pagar uma contribuição anual de US$ 10 milhões, 10% do dinheiro pago por um membro europeu e uma gota d’água em comparação aos investimentos em pesquisa realizados pelo centro.

Heuer alertou que, se o Brasil não integrar o Cern, empresas brasileiras não poderão participar da licitação que o centro abrirá para a compra de tecnologia e peças para a atualização milionária do LHC, que ocorrerá nos próximos anos. “As empresas não poderão participar das licitações”, reforçou.

Segundo Ronald Shellard, do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), um documento descrevendo o estado da ciência brasileira já foi enviado ao Cern – um passo protocolar nas negociações. Após receber esse documento, uma equipe do Cern virá ao Brasil, e só então um projeto político de adesão oficial poderá ser encaminhado ao Congresso.

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